Funcionários em greve no aeroporto de Roma: o corte no quadro de funcionários, incluído no plano industrial da Alitalia, é um dos principais motivos de controvérsia entre a direção e os sindicatos (Remo Casilli/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de abril de 2017 às 16h27.
Roma - No total, 90% dos trabalhadores da companhia aérea italiana Alitalia apoiaram nesta quarta-feira a segunda greve em 24 horas convocada pelos sindicatos em um mês e meio contra o plano industrial da empresa, que prevê 2 mil demissões.
Os números de adesão à greve foram informados pelo sindicato Filt Cgil, que explicou que 80% do pessoal de terra apoiou as interrupções enquanto a porcentagem chegou a 100% no caso do pessoal de voo.
Devido aos protestos, a Alitalia teve que suspender 60% dos voos programados para hoje, e também sofreram cancelamentos alguns já previstos para terça-feira e para as primeiras hora de amanhã, quinta-feira.
O corte no quadro de funcionários, incluído no plano industrial da Alitalia, é um dos principais motivos de controvérsia entre a direção e os sindicatos.
O plano prevê a demissão de 2 mil trabalhadores temporários e indefinidos, de um total de 12,5 mil funcionários, e também especifica cortes de 1 bilhão de euros até 2019, ano no qual a empresa estima que voltará a obter lucro.
No entanto, os representantes dos trabalhadores alegam que este programa não é realista para impulsionar a competitividade a longo prazo de uma companhia aérea que não tem lucro desde 2002.
A direção da companhia - com participação desde 2014 da Etihad- e os trabalhadores retomarão amanhã as negociações em reunião técnica que acontecerá no Ministério de Desenvolvimento Econômico, confirmaram à Agência Efe fontes do citado departamento.
As conversas prosseguirão nos próximos dias pois a empresa deu um prazo até 13 de abril para chegar a um acordo com sindicatos e acionistas, e poder assim aprovar e iniciar o plano industrial.
A Alitalia vive há muito tempo problemas financeiros e em 2009 chegou a estar à beira da quebra, embora tenha sido salva por um grupo de investidores privados italianos e a Air France-KLM.
Em dezembro de 2013 anunciou um aumento de capital de 300 milhões de euros e em julho de 2014 chegou a um acordo de compra com a Etihad, pelo qual a companhia aérea dos Emirados Árabes injetou na Alitalia cerca de 560 milhões de euros (US$ 762,4 milhões) e possui 49% da italiana.