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Gregory aposta em e-commerce para deter rivais

Em um ano, marca de luxo brasileira mais do que triplica as vendas online, de olho em concorrentes como Gap e Zara

Atriz Débora Secco, em desfile da Gregory (Silvana Garzaro)

Atriz Débora Secco, em desfile da Gregory (Silvana Garzaro)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 2 de fevereiro de 2011 às 05h15.

São Paulo – Vender roupa pela internet parecia um desafio e tanto para a fundadora da Gregory, Áurea Duca. Mas sua filha – e atual diretora da empresa, Andréa Duca, 34 anos, – a fez mudar de ideia. Há um ano, cerca de 300.000 reais foram investidos na área de comércio online e, como resultado, as vendas saltaram de 600 peças ao mês para mais de 2.200. Não se trata apenas de ampliar o negócio. Entrar no online é também um modo de a Gregory enfrentar rivais poderosas.

O objetivo é não ficar atrás da americana Gap, que já conta com um site de vendas online no Brasil, e da espanhola Zara, que ensaia seus primeiros passos na internet com uma loja virtual focada nos clientes europeus e asiáticos. “A Zara chegará por aqui com seu site algum dia, mas sabemos que temos tudo para não perder espaço”, afirma Andréa.

A quantidade de vendas mensais vendidas pela internet ainda está longe de alcançar as vendas feitas nas lojas físicas, de mais de 13.000 peças. As clientes também têm um gasto médio menor. O tíquete médio de compra, no site, é de 200 reais, contra 498 reais na vida real.

Menor custo

A loja virtual também mostra o mesmo fôlego para crescer que as de concreto. Em janeiro, ambas cresceram 16% em relação ao mesmo mês do ano passado. “Conseguimos o retorno do investimento em cinco meses, e o curioso é que atingimos principalmente clientes que não eram atendidas pelas lojas físicas”, diz Andréa. “Não estamos tirando clientes de nossas lojas e, ao mesmo tempo, encontramos uma maneira de crescer rápido no mercado nacional”.

Não é apenas o caixa da Gregory que está mais gordo. A atuação online também é mais barata. A empresária calcula que as vendas pelo site reduzem em, no mínimo, 12% o custo do negócio, comparado ao modelo tradicional. A porcentagem corresponde ao aluguel dos espaços das lojas em shoppings. Hoje, a empresa conta com 80 pontos – metade deles própria, metade franqueada.

Operação integrada

Andréa admite que era bem difícil concluir qualquer compra no site da empresa, antes do investimento feito em janeiro do ano passado. Como o sistema de vendas não era integrado ao estoque da companhia, pelo endereço as clientes conseguiam apenas escolher as peças desejadas e enviar uma consulta para saber se o produto estava disponível – em caso positivo, e depois de um depósito da cliente, a compra era liberada.

“Esse trâmite todo, que levava cerca de dez dias, foi reduzido para cinco”, afirma a empresária. “Com certeza, isso influenciou o aumento das vendas, além de mostrar nossa vontade de oferecer moda feminina online.” Agora, é esperar para ver se o eventual avanço da Gap e o provável desembarque da Zara nas terras virtuais brasileiras não acabe tirando o site da Gregory da moda.

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