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Grandes empresas precisam ajudar suas cadeias e parceiros, diz VP do iFood

"Um dos erros que vimos pelo mundo é uma coordenação baixa na iniciativa privada, entre empresas de grande porte, para ajudar suas respectivas cadeias", diz

iFood: Com as medidas de isolamento social e mais pessoas em casa, o iFood sentiu um aumento na demanda por refeições pela plataforma (iFood/Divulgação)

iFood: Com as medidas de isolamento social e mais pessoas em casa, o iFood sentiu um aumento na demanda por refeições pela plataforma (iFood/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 28 de março de 2020 às 08h00.

Última atualização em 28 de março de 2020 às 08h00.

Com o coronavírus e as medidas de isolamento social, pequenos negócios tendem a sofrer mais que as grandes empresas. Pensando nisso, o iFood lançou iniciativas para ajudar entregadores e pequenos restaurantes a passarem por essa crise. 

Para Diego Barreto, vice-presidente de estratégia da plataforma de entrega de alimentos e produtos de mercado, as grandes empresas precisam se coordenar para oferecer ajuda às pequenas empresas que fazem parte de sua cadeia de fornecimento. 

“Se a iniciativa privada não trabalhar em prol dos pequenos restaurantes, vamos ter um problema muito maior daqui para a frente. Não apenas como iFood, mas como sociedade”, diz Barreto, em entrevista à EXAME.

Há cerca de um mês, a equipe do iFood começou a estudar os efeitos do coronavírus nas economias mais afetadas, como China e Itália, como forma de preparar o negócio para o que estava por vir. De acordo com o diretor, a empresa percebeu que poderia haver uma quebra grande de empresas na base da pirâmide, as companhias pequenas e familiares. 

"Um dos erros que vimos pelo mundo é uma coordenação baixa na iniciativa privada, entre empresas de grande porte, para ajudar suas respectivas cadeias", afirma Barreto. Por outro lado, "uma oportunidade da crise do coronavírus é conseguir criar um senso de comunidade entre as empresas, o que não é comum hoje no mundo dos negócios", diz Barreto. 

"Pode ser uma oportunidade para que empresas entendam que é mais importante sustentar os parceiros ao invés de espremê-los."

Oferta e demanda mais quentes

Com as medidas de isolamento social e mais pessoas em casa, o iFood sentiu um aumento na demanda por refeições pela plataforma. "Muitas pessoas estão testando e adotando a tecnologia pela primeira vez", afirma. 

Restaurantes também entraram na plataforma, com o movimento no salão reduzido. Mais do que isso, a plataforma tem visto aumento no número de entregadores, um um reflexo de pessoas que perderam seu emprego ou renda principal.

Iniciativas

O iFood criou soluções para dar auxílio financeiro aos pequenos restaurantes. Em uma parceria com a empresa de pagamentos Rede, o iFood zerou os custos de antecipação de recebíveis para os 132 mil restaurantes de sua base, o que pode acrescentar cerca de 600 milhões de reais em capital de giro na economia, diz ele.

A companhia também eliminou as taxas de entrega "para retirar", em que o consumidor busca o pedido no restaurante. Atualmente, o recurso está presente em cerca de 120 mil restaurantes. "É uma forma de manter o restaurante ativo nesses tempos, sem nenhum custo ou risco para o negócio ou o consumidor", diz o vice-presidente de estratégia. Como o pagamento é feito pelo app, há menos contato entre as pessoas.

Também como uma opção de entrega, desde 2018 o iFood já conta com o iFood Box, armários com isolamento térmico em que os consumidores podem buscar os produtos. 

Já são centenas de armários, que estão instalados em pontos como condomínios residenciais e corporativos, em São Paulo, Osasco, Campinas, Curitiba, Rio de Janeiro e interior de São Paulo. Esses armários já têm uma rotina de higienização frequente e ao longo do mês de março, novos iFood Box serão instalados em endereços com grande circulação de pessoas. 

Para os entregadores parceiros independentes, o iFood criou um fundo no valor de 1 milhão de reais para aqueles que necessitem permanecer em quarentena por causa de suspeita ou confirmação da covid-19. 

O entregador receberá do fundo solidário um valor baseado na média dos seus repasses nos últimos 30 dias, proporcional aos 14 dias de quarentena.

"Falamos dessas iniciativas não buscando um troféu, mas como um chamamento para que demais empresas possam fazer coisas parecidas, para que o impacto seja mais volumoso", diz Barreto.

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