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Granbio vai inaugurar uma usina de etanol por ano até 2020

A primeira delas, no interior de Alagoas, começa a operar até o fim de março. Empresa quer investir R$ 4 bilhões no setor até lá


	Estação experimental da Granbio, em Alagoas: instalação tem foco no desenvolvimento de fontes de biomassa que possam ser utilizadas para a produção de etanol
 (Michel Rios/Granbio)

Estação experimental da Granbio, em Alagoas: instalação tem foco no desenvolvimento de fontes de biomassa que possam ser utilizadas para a produção de etanol (Michel Rios/Granbio)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 16h33.

São Paulo – Até o fim de março, uma usina de etanol começa a funcionar em São Miguel dos Campos, no interior do Alagoas. Para ela sair do chão, a Granbio gastou 350 milhões de reais.

Esta é só uma pequena parte dos 4 bilhões de reais que a empresa pretende investir no setor de biocombustíveis até 2020.

Entre os investimentos está a abertura de uma nova indústria por ano nos próximos 10 anos. Todas serão usinas de etanol e o local delas ainda não foi divulgado.

A Granbio foi criada em 2011 por Bernardo Gradin, membro da família que está em disputa judicial com o clã Odebrecht por sua participação de 20% na empresa dos agora rivais.

Depois de sair da presidência da Braskem, em 2010, o empresário decidiu criar uma empresa focada em biotecnologia, principalmente em alternativas para o petróleo, e promete revolucionar o setor.

A usina de Alagoas, de nome Bioflex Agroindustrial, será a primeira do Brasil a produzir o chamado etanol 2G, de segunda geração, e tem capacidade para entregar 82 milhões de litros ao ano.

A meta é produzir 1 bilhão de litros ao ano até 2020. Quando a usina estiver operando com 100% da sua capacidade, a previsão é que o faturamento chegue a 120 milhões de reais por ano.

Mais produtiva

O etanol 2G é produzido através da celulose não só da cana, mas também de seu bagaço e da palha, que seriam descartados num processo normal. Até a cana utilizada é diferente: a chamada cana-energia é três vezes mais produtiva que a convencional e pode ser plantada em áreas degradadas.

Para tornar isso possível, a Granbio montou um laboratório em Campinas para um time de PhDs investigar enzimas e leveduras que facilitariam o processo de transformação da celulose em etanol, como afirmou a revista EXAME em novembro de 2013.

Como resultado, estima-se que o etanol produzido pela empresa será até 30% mais barato do que o normal. Em uma época em que os subsídios para produção do álcool foram diminuídos e o preço do combustível só cresceu, o início da produção da Granbio pode movimentar o setor, mas ainda não será suficiente para reaquecê-lo.

“Todo negócio passa por um processo de adaptação, de ajuste de logística, e o volume de produção dessa usina ainda não é tão grande. É cedo para falar em mudanças estruturais”, diz Pedro Galdi, analista do fundo de investimentos SLW.

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