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GPA reverte prejuízo em lucro de R$ 408 mi no 4º trimestre

A geração de caixa medida pelo Ebitda disparou 62% na comparação anual, para 756 milhões de reais

GPA: para 2018, o GPA previu que as vendas mesmas lojas na divisão Assaí vão subir acima da inflação (Germano Luders/Exame)

GPA: para 2018, o GPA previu que as vendas mesmas lojas na divisão Assaí vão subir acima da inflação (Germano Luders/Exame)

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Reuters

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 21h23.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2018 às 21h54.

São Paulo - O GPA anunciou nesta segunda-feira uma reformulação em sua administração, nomeando o presidente da unidade de móveis e eletrodomésticos Via Varejo para a presidência-executiva no lugar de Ronaldo Iabrudi.

A mudança pode indicar aumento na importância do comércio eletrônico para uma companhia que nos últimos meses obteve forte crescimento apoiado em negócios de atacarejo, uma vez que o país começa a deixar para trás uma recessão de dois anos.

Estermann é presidente-executivo da Via Varejo desde outubro de 2015. Segundo a companhia, sob sua gestão a empresa dona das bandeiras Ponto Frio e Casas Bahia conseguiu integrar suas operações de varejo físico e digital obtendo crescimento de vendas de 19 bilhões para 25 bilhões de reais por ano e seus papéis na bolsa se valorizaram em mais de 500 por cento.

As mudanças no grupo vão ocorrer em 26 de abril e para o lugar de Estermann na Via Varejo, o grupo indicou o executivo Flávio Dias, que hoje comanda a unidade de negócios online da rede de móveis e eletrodomésticos.

Iabrudi é presidente-executivo do GPA desde 2014, assumindo após o grupo francês Casino consolidar o controle sobre a companhia. Sob sua gestão, e em meio à crise econômica do país, o GPA focou seus negócios na abertura de lojas de atacarejo da bandeira Assaí e mais recentemente começou a implementar integração de lojas físicas com comércio eletrônico.

Além de ser co-presidente do GPA, ao lado de Arnaud Strasser, Iabrudi presidirá o conselho de administração da Via Varejo, companhia colocada à venda pelo GPA no final de 2016.

As mudanças foram anunciadas pouco antes do GPA anunciar lucro líquido de 408 milhões de reais no quarto trimestre, ante resultado negativo de 29 milhões de reais sofrido um ano antes.

Em termos ajustados, e considerando apenas operações continuadas, o lucro líquido do GPA atribuível a acionistas controladores foi de 159 milhões de reais, queda de 18,4 por cento sobre o quarto trimestre de 2016.

Mas a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) disparou 62 por cento na comparação anual, para 756 milhões de reais. Em termos ajustados, o Ebitda subiu 28 por cento, a 931 milhões de reais.

Para 2018, o GPA previu que as vendas mesmas lojas na divisão Assaí vão subir acima da inflação e que as vendas da unidade "multivarejo", que reúne supermercados e hipermercados das bandeiras Pão de Açúcar e Extra, vão seguir em linha com a inflação de alimentos.

O grupo previu que a margem Ebitda do Assaí vai subir 0,2 a 0,3 ponto percentual este ano sobre os 5 por cento de margem ajustada de 2017. No multivarejo a expectativa é de expansão da margem de 0,5 a 0,6 ponto percentual.

Além disso, a empresa espera acelerar monetização de estoque de créditos tributários em 2018, o que permitirá entre outros fatores "estornar integral ou parcialmente a provisão de 369 milhões de reais realizada no Assaí no segundo trimestre de 2017", se o GPA conseguir "implementar planos de monetização acima do ritmo atual".

A expectativa de investimento do GPA para 2018 é de 1,6 bilhão de reais, "com foco na abertura de 20 lojas Assaí(incluindo conversões) e continuidade das reformas Pão de Açúcar (cerca de 20 lojas no ano)". Em 2017, o grupo investiu na divisão alimentar 1,355 bilhão de reais, alta de 9 por cento sobre 2016.

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