Irregularidades: entre as lojas vistoriadas, estão o Extra, do Jaguaré, e duas no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo (Germano Luders/Exame)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2015 às 10h32.
São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar (GPA), controlado pela varejista francesa Casino, rebateu na quinta-feira, 10, por meio de uma correspondência, as notificações enviadas pela Península, gestora de recursos da família Diniz, no dia 31 de agosto, questionando mudanças realizadas em sete das 62 lojas que Abilio Diniz aluga para o GPA, apurou a reportagem.
O contrato de locação dessas lojas foi firmado em 2005, quando Abilio Diniz ainda fazia parte do grupo. No contrato, o empresário se comprometeu a alugar os imóveis por 40 anos (20 anos, renováveis por mais 20).
No dia 31 de agosto, a Península enviou sete notificações, nas quais questiona sublocações para terceiros de áreas onde as bandeiras Pão de Açúcar e Extra estão instaladas, além de ampliações realizadas na área útil das lojas e em estacionamentos.
Entre as lojas vistoriadas, estão o Extra, do Jaguaré, e duas no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. Essas modificações teriam sido feitas sem o consentimento do locador, conforme questionou a Península no dia 31 de agosto.
Desde que o contrato de locação foi firmado, em 2005, esta é a primeira vez que a Península faz esse tipo de questionamento, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.
Na correspondência enviada à Península, na qual rebate as alterações, o GPA informou que as modificações estão previstas no contrato de locação, ratificado em 2014.
Lembra, ainda, que Diniz fazia parte do grupo até setembro de 2013 e que tinha conhecimento de que até 25% das áreas desses estabelecimentos poderiam ser sublocadas.
Arbitragem
O movimento da Península pode sugerir, segundo fontes, que a família Diniz queira pedir arbitragem para uma eventual venda desses pontos.
Procurado, o GPA confirmou o envio de correspondência à Península ontem e reiterou que os contratos vêm sendo rigorosamente cumpridos desde 2005, A Península não comentou o assunto.