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GP levanta R$ 1 bi para investir em distribuidora de energia

"Conhecemos o setor de energia e a distribuição é um negócio de varejo muito atraente", disse Antonio Bonchristiano, presidente da GP Investimentos.

Eletrobras (Thinkstock) (Thinkstock/Reprodução)

Eletrobras (Thinkstock) (Thinkstock/Reprodução)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 14h39.

Última atualização em 11 de dezembro de 2017 às 14h39.

A GP Investimentos está levantando pelo menos R$ 1 bilhão junto a investidores internacionais para um fundo dedicado a comprar o controle de uma empresa de distribuição de energia no Brasil, disse  Antonio Bonchristiano, presidente, em uma entrevista no escritório da empresa em São Paulo.

"Antes, nossa prática era levantar um fundo para investir ao longo de cinco anos sem nenhum direcionamento setorial, mas agora, dadas todas as incertezas no Brasil neste momento, achamos que é muito difícil ir a mercado levantar um cheque em branco", disse Bonchristiano.

Bonchristiano não quis dizer o nome da empresa que considera comprar.

A Eletrobras está vendendo seis empresas de distribuição, um negócio previsto para o primeiro trimestre de 2018.

"Conhecemos o setor de energia e a distribuição é um negócio de varejo muito atraente, onde uma mudança de gestão tem mais impacto", disse Bonchristiano.

Em 2011 a GP comprou a Cemar, Centrais Elétricas do Maranhão. Após uma reestruturação da dívida e "uma grande transformação", a empresa se tornou a Equatorial Energia, que hoje tem um valor de mercado de R$ 12,9 bilhões e lucros crescentes.

"De 2000 a 2010, nossa estratégia era apostar em uma estratégia macro, de que consumo vai crescer, a economia vai crescer", disse Bonchristiano. "Depois da crise esse crescimento desapareceu e agora nosso foco são empresas à venda com um valor abaixo do real e situações de turnaround".

A GP administra cerca de US$ 1,61 bilhão em fundos de private equity totalmente investidos em nove empresas e 20 projetos imobiliários. Bonchristiano disse que a GP quer ver o resultado da eleição para presidente de 2018 antes de decidir se vai levantar um fundo geral para o Brasil em 2019.

Enquanto os fundos da GP têm de investir no Brasil, a GP pode investir seu capital próprio no exterior e vem fazendo isso. Do total do patrimônio líquido consolidado da GP, de US$ 459,4 milhões, 35% já estão investidos no exterior em empresas como Leon Restaurants, no Reino Unido, e Rimini Street, nos EUA, além do fundo Expanding Capital em São Francisco. A meta é chegar à metade desse patrimônio investido no exterior em cinco anos, Bonchristiano disse.

“Decidimos focar nos setores de varejo, restaurante e produtos de consumo, nos quais temos larga experiência no Brasil e que são relativamente mais fáceis de se analisar ante outros setores, como commodities, indústria ou tecnologia," ele disse.

“Decidimos investir fora pelas limitações que o Brasil tem, o capital é caríssimo, não se acessam linhas de crédito a custo razoável", disse. “Achamos que fazer negócios em países mais estáveis, previsíveis e com custo de capital menor é benéfico para nós, é uma forma de diversificar."

A GP é o único veículo de investimento do Brasil listado em bolsa. Foi fundado em 1993 pelo bilionário Jorge Paulo Lemann, que vendeu sua participação em 2004 para sócios executivos, incluindo Bonchristiano e o hoje presidente do conselho, Fersen Lambranho. A GP teve lucro líquido de US$ 30,4 milhões este ano até setembro, ante US$ 74,3 milhões no mesmo período do ano passado.

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