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GP Investimentos vai investir em infraestrutura

Inspirada pelos recentes pacotes do governo, empresa de participações vai lançar fundo imobiliário neste ano e de infraestrutura em 2013


	Pacote do governo para rodovias e ferrovias inspirou GP Investiments
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Pacote do governo para rodovias e ferrovias inspirou GP Investiments (DIVULGAÇÃO)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2012 às 21h49.

São Paulo - A GP Investiments – tradicional gestora brasileira de participação em empresas (private equity) – vai montar um fundo voltado para infraestrutura no ano que vem, conforme afirmou Antônio Bonchristiano, sócio da empresa em palestra na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta terça-feira. Para este ano, o empresário comentou que está estruturando um fundo voltado para empresas do setor imobiliário. A gestora quer aproveitar as oportunidades que o governo está criando nas áreas de infraestrutura e logística. Os fundos da GP compram participações ou o controle de empresas nas quais veem potencial de crescimento.

Foco – No mês passado, a presidente da República, Dilma Rousseff, anunciou um ambicioso pacote de privatizações para o setor de infraestrutura, voltado a concessões de rodovias e ferrovias. Nas próximas semanas, o Palácio do Planalto deve anunciar um segundo plano para estimular investimentos privados em portos e aeroportos.

Para desenvolver uma visão de longo prazo para o setor, foi criada pelo governo uma estatal para gerenciar os pacotes e fiscalizar o cumprimento dos prazos: a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), comandada por Bernardo Figueiredo, ex-presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tem reiterado que a instituição financeira possui interesse em trabalhar junto com o mercado de capitais para estimular as emissões de debêntures (títulos de dívida) especialmente dedicadas à infraestrutura – mais uma sinalização da importância que o governo dá para o setor.


Palestra – Bonchristiano participou da reunião mensal do Comitê de Jovens Empreendedores (CJE) da Fiesp nesta terça-feira e palestrou sobre as dificuldades e desafios de ser empresário no Brasil. Em sua opinião, para que uma indústria de private equity e venture capital (fundos que investem em empresas emergentes) se desenvolva no país é preciso expandir o acesso ao mercado de capitais. Faz-se necessário estimular ainda a busca por recursos nas bolsas de valores por meio de ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês). Ele conta que, no Brasil, só empresas de grande porte conseguem se lançar no mercado, diferentemente da China, onde as ofertas iniciais captam, em média, 50 milhões de dólares – contra 500 milhões de dólares da média brasileira.

“O governo pegou para si toda a poupança interna nos últimos 30 anos. Para estimular os investimentos em empresas, é preciso que a taxa básica de juros (Selic) permaneça baixa por bastante tempo, o que faria com que os investidores busquem remunerações melhores, tomem mais risco e não invistam apenas em renda fixa”, afirmou.

Educação e valores – O empresário comentou que outro problema grave do Brasil é a educação básica de baixa qualidade. Além disso, as universidades são insuficientes e ruins. A deficiência do ensino de base, aliás, seria uma das explicações para as dificuldades do ensino superior. “Hoje as possibilidades que as novas ferramentas digitais nos dão para fazer cursos online são imensas e não aproveitamos quase nada. Há um potencial imenso aí”, completa.

Bonchristiano entrou na GP Investiments em 1992. Em 2003, comprou com outros sócios o controle da companhia de seus fundadores: os empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, sócios da AB Inbev e que também estão à frente da 3G – uma empresa de participações que controla, entre outros ativos, a rede americana de fast-food Burger King. Ele foi um dos responsáveis pela criação do Submarino, vendido mais tarde para a Lojas Americanas.

Em 20 anos, a GP investiu quase 50 bilhões de reais na compra de 50 empresas, sendo que apenas dez continuam em seu portifólio, entre elas a Tempo Participações (saúde), Estácio Universidades (educação), LBR (lácteos), Allis S.A. (RH e terceirização), BHG (hotelaria), Sascar (automotivo) e BRZ Investimentos (participações).

“Para uma empresa ser bem sucedida e perene precisa ter uma cultura forte disseminada internamente. Todos os funcionários têm de ter acesso ao conhecimento e é preciso saber gerar talentos e mantê-los. É fundamental também inocular os valores da companhia em seus funcionários, bem como garantir que continuem a ser repassados; além da meritocracia que premia quem se destaca. O injusto é tratar como igual quem é diferente”, afirmou.

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