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Governos de São Paulo e Bahia buscam amortecer efeitos da saída da Ford

Metalúrgicos vão fazer manifestações enquanto negociam a extensão de benefícios dos trabalhadores demitidos

EcoSport em produção na fábrica da Ford na Bahia: apenas um centro de desenvolvimento de produtos será mantido na cidade (Divulgação/Divulgação)

EcoSport em produção na fábrica da Ford na Bahia: apenas um centro de desenvolvimento de produtos será mantido na cidade (Divulgação/Divulgação)

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Denyse Godoy

Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 06h00.

Última atualização em 12 de janeiro de 2021 às 10h52.

Pegos de surpresa pela decisão da Ford de deixar o país, anunciada na segunda-feira (11), os governos de São Paulo e da Bahia começam hoje uma empreitada para tentar amortecer os efeitos do encerramento das operações da montadora americana.

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A secretária de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Patricia Ellen, vai se reunir hoje com o prefeito de Taubaté, João Saud, para discutir medidas de apoio aos metalúrgicos que estão perdendo o emprego e maneiras de reduzir o impacto da saída da Ford na economia da cidade. A cinquentenária fábrica da Ford em Taubaté produzia motores, transmissões e outros componentes. O campo de provas de Tatuí, também no interior paulista, vai ser mantido, mas com a equipe reduzida. Cerca de 1.700 trabalhadores atuavam nas unidades da montadora no estado.

Para os metalúrgicos, a ideia é oferecer cursos de qualificação que os ajude a se recolocar no mercado. Para a fábrica de Taubaté, o governo estadual vai tentar encontrar um comprador. Pode não ser fácil. Levou mais de um ano para vender o terreno da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, desativada em outubro de 2019.

Na Bahia, o governador Rui Costa já anunciou a criação de um grupo de trabalho para tentar atrair outra montadora que preencha o vazio a ser deixado pela Ford na cidade de Camaçari, 50 quilômetros ao norte de Salvador. Inaugurada em 1997, a fábrica pioneira no Nordeste empregava mais de 4 mil trabalhadores que montavam o Ka e o EcoSport. Apenas um centro de desenvolvimento de produtos será mantido. Costa disse que já fez contato com embaixadas de países asiáticos para convidar montadoras a se instalar na região.

Os sindicatos dos metalúrgicos de São Paulo e da Bahia também marcaram para esta terça-feira (12) manifestações em frente às fábricas da Ford. Em Camaçari, cuja fábrica fechou ontem, os funcionários pretendem marchar até o centro da cidade. Os empregados da unidade de Taubaté, que será desativada ao longo do ano, vão se mobilizar a partir das 8h30. Tentam negociar o pagamento de benefícios aos que forem desligados.

Cerca de 5 mil funcionários devem ser demitidos. Ao todo, a Ford Brasil tem 6.171 funcionários, sendo 1.652 em Taubaté, São Paulo e Tatuí; 4.059 na Bahia e 460 no Ceará. Algumas centenas de trabalhadores devem ser mantidos na sede da companhia, no estado de São Paulo.

“A Ford encerrará a produção à medida em que a pandemia de covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e da redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”, disse a montadora em nota.

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