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Governo teme que fusão acabe em tribunal internacional

Planalto teme que o grupo Casino possa levar o nome do Brasil a uma corte internacional de arbitragem

Briga entre Casino e o executivo Abilio Diniz pode ser levada ao tribunal internacional (Germano Lüders/EXAME)

Briga entre Casino e o executivo Abilio Diniz pode ser levada ao tribunal internacional (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2011 às 10h13.

Brasília - Apesar de o Palácio do Planalto ver com bons olhos a negociação para fusão do Grupo Pão de Açúcar com o Carrefour, há uma grande preocupação com a forma como o negócio está sendo conduzido. O governo teme que o grupo Casino, sócio francês de Abilio Diniz e concorrente direto do Carrefour na França, possa levar o nome do Brasil a uma corte internacional de arbitragem.

O governo não quer ver o País numa discussão deste nível. Portanto, para que o negócio receba as bênçãos completas do Planalto, será necessário que Abilio Diniz e o grupo Casino se entendam, vençam todas as polêmicas e que não haja qualquer possibilidade de o assunto ir parar na justiça internacional.

Ontem, Diniz esteve no Planalto, para participar de uma reunião da Câmara de política de gestão, desempenho e competitividade. No encontro, a possível fusão entre os dois gigantes varejistas não foi tratada, segundo a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o coordenador do grupo, empresário Jorge Gerdau Johannpeter. Ambos negam ainda que o assunto tenha sido discutido em qualquer outra instância e insistiram que o tema em debate era gestão de áreas do governo. "Foi uma coincidência", disse Gleisi.

Prestígio

Na verdade, a presença de Abilio Diniz no Planalto tem um significado político. Ele tenta demonstrar que, mesmo estando em meio a uma grande negociação comercial, abriu um espaço em sua agenda para vir prestigiar o governo e participar da câmara de gestão.

A ministra Gleisi Hoffmann se recusou a considerar o dinheiro do BNDESPar - o braço de participações do banco estatal - como dinheiro público. "Não tem dinheiro público, nem do FGTS, nem do Tesouro", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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