Negócios

Governo não financiará fusão entre varejistas

O apoio do BNDES será retirado porque o governo avaliou que faltou negociação entre Abilio Diniz e o CEO do Casino, Jean-Charles Naouri

Houve forte protesto contra o uso de dinheiro do contribuinte no negócio, por meio do BNDES, e a oposição cobra explicações do presidente Luciano Coutinho (Divulgacao)

Houve forte protesto contra o uso de dinheiro do contribuinte no negócio, por meio do BNDES, e a oposição cobra explicações do presidente Luciano Coutinho (Divulgacao)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 14h48.

Brasília - O governo não vai mais ajudar a financiar a fusão entre o Pão de Açúcar e as operações brasileiras do Carrefour. Depois de enfrentar críticas por concordar em participar do negócio, com um aporte de até R$ 4,5 bilhões, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lavou as mãos. Em conversas reservadas, a presidente Dilma Rousseff disse que não vale a pena enfrentar o desgaste se não há acordo entre os sócios em torno da proposta.

Na avaliação do Palácio do Planalto, o empresário Abilio Diniz, do Pão de Açúcar, não foi hábil nas negociações com Jean-Charles Naouri, do grupo francês Casino. Naouri acusa Diniz de tentar se unir ao Carrefour para burlar o acordo anterior pelo qual o Casino assumirá o controle do Pão de Açúcar em 2012. O sócio francês chegou a afirmar que as tratativas entre Diniz e o Carrefour foram "secretas e ilegais".

Desde que a proposta de fusão foi divulgada, há 15 dias, começaram as reações negativas. Houve forte protesto contra o uso de dinheiro do contribuinte no negócio, por meio do BNDES, e parlamentares da oposição insistem em cobrar explicações do presidente do banco, Luciano Coutinho, e do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.

O Ministério Público abriu investigação com o objetivo de apurar se existe interesse público no uso de recursos federais para uma operação de fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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