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Governo italiano aprova garantia para empréstimo de 6,3 bi de euros à Fiat

O empréstimo, concedido pelo banco italiano Intesa Sanpaolo, será garantido em cerca de 80% pela Sace, agência italiana de crédito para a exportação

Rebecca Cook (Rebecca Cook/Reuters)

Rebecca Cook (Rebecca Cook/Reuters)

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AFP

Publicado em 24 de junho de 2020 às 18h20.

Última atualização em 24 de junho de 2020 às 18h44.

O governo italiano aprovou nesta quarta-feira uma garantia pública para um empréstimo de 6,3 bilhões de euros destinado à montadora Fiat Chrysler (FCA), fragilizada pela crise do novo coronavírus.

"É uma operação para preservar e reforçar a filial automobilística italiana e relançar os investimentos, a inovação e o emprego em um setor estratégico para o futuro econômico e industrial do país", anunciou o ministro da Economia, Roberto Gualtieri.

O empréstimo, concedido pelo banco italiano Intesa Sanpaolo, será garantido em cerca de 80% pela Sace, agência italiana de crédito para a exportação, um sistema previsto no decreto aprovado recentemente para ajudar as empresas a enfrentar a crise.

A FCA negociava desde meados de maio o crédito bancário garantido pelo governo. O objetivo é "financiar as atividades da empresa na Itália e oferecer um apoio adicional a cerca de 10.000 pequenas empresas do setor automobilístico", explicou, então, a marca ítalo-americana.

A Fiat Chrysler emprega na Itália cerca de 55.000 pessoas e o grupo afirma trabalhar na península com 5.500 empreiteiras, que geram cerca de 200.000 empregos.

O setor automobilístico é chave para a economia italiana e representa 6,2% do PIB nacional, mas foi fortemente atingido pela pandemia, que deixou mais de 34.000 mortos no país.

O pedido de garantia havia gerado críticas em alguns setores, já que a sede legal do grupo FCA fica na Holanda. A possibilidade de parte do crédito garantido pelas instituições italianas ir para o exterior gerou questionamentos entre a classe política.

"Uma empresa que pede uma quantidade importante de dinheiro ao Estado italiano deve repatriar sua sede para a Itália", reagiu no mês passado o vice-presidente do Partido Democrático, governista, Andrea Orlando.

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