Kassab: "Infelizmente, à medida que o tempo passa e essa solução não aconteça, aumenta as possibilidades de que uma intervenção aconteça" (Gilberto Kassab/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 20 de fevereiro de 2017 às 19h15.
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse hoje (20) à Agência Brasil que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já montou uma equipe para intervir na operadora de telefonia Oi, caso seja necessário.
"Nossa expectativa é no sentido de não precisarmos intervir. Mas tenho dito já em várias oportunidades que o governo, através da Anatel, se prepara para intervir - porque é nossa obrigação - caso a situação econômico-financeira da Oi não consiga uma solução, em especial à sua recuperação judicial", disse o ministro.
"Infelizmente, à medida que o tempo passa e essa solução não aconteça, aumenta as possibilidades de que uma intervenção aconteça", ressaltou.
Segundo ele, o governo fará "tudo o que estiver ao seu alcance para tentar ajudar e apoiar a companhia na solução desse impasse".
No entanto, Kassab frisou que "já foi definido pelo governo que não haverá, em nenhuma hipótese, injeção de recursos públicos na Oi".
A empresa ajuizou, em junho do ano passado, um pedido de recuperação judicial, com a intenção, segundo ela, de superar "dificuldades financeiras momentâneas e possibilitar que [a companhia] continue desempenhando suas atividades normais, mantendo a prestação de serviços a seus clientes e preservando empregos".
O ministro falou à reportagem da Agência Brasil após reunir-se com o reitor da Universidade de São Paulo (USP), Marco Antonio Zago, na reitoria da universidade, em São Paulo.
Segundo a assessoria da USP, na reunião, o ministro e reitor conversaram sobre a participação da universidade nos programas do ministério.
"A universidade apresentou uma série de importantes investimentos que vão acontecer aqui na USP e, em alguns deles, eles pediram o nosso apoio e a nossa parceria", disse Kassab, lembrando que, "em algumas semanas", a USP irá celebrar uma parceria com o Instituto Pasteur, um dos mais importantes centros de pesquisa do mundo, que deverá ter uma sede instalada na universidade paulista.
"Teremos o Instituto Pasteur aqui, inaugurando sua primeira unidade no Brasil", falou.
De acordo com o ministro, sua pasta pretende colaborar com a USP em alguns projetos, apesar da crise.
"Os investimentos não são sempre a fundo perdido. Existem os investimentos na forma de financiamento, que tem um retorno para o governo federal. E ciência, pesquisa e educação necessariamente, em qualquer país do mundo, precisam de recurso público para que sejam impulsionadas".