EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
Os projetos de investimento da Petrobras na Bolívia, que inclui os segmentos de refino, exploração e produção de petróleo e gás, estão na geladeira. Já faz um mês que a estatal brasileira não consegue retomar as conversas com o governo boliviano, dificultando a definição tanto de valores, como também dos destinos que levarão tais investimentos.
Logo após a posse do presidente Evo Morales, a Petrobras deu início a uma série de negociações com o governo boliviano e com a estatal YPFB (Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos). Ficou acertado, por exemplo, que as duas companhias atuariam em conjunto na Bolívia. Os detalhes seriam definidos por grupos de trabalho, mas há cerca de um mês a Petrobras não vem conseguindo retomar o diálogo com os bolivianos. Reuniões foram canceladas, sem explicações.
O custo total desses projetos (caso todos sejam aprovados) pode chegar a 5 bilhões de dólares. A Petrobras é a empresa estrangeira que mais investe na Bolívia, um país que tem se mostrado cada vez mais controverso politicamente. Como mostrou reportagem de EXAME, empresas multinacionais brasileiras correm o risco de sofrer represálias com uma nova onda nacionalista na América Latina. Já faz um mês que a estatal brasileira vem tentando contato com os bolivianos, mas em vão. As duas partes haviam firmado um acordo para discutir novos projetos na Bolívia. Clique aqui para ler a reportagem da edição 862 de EXAME.
Expansão no Brasil
Enquanto os projetos na Bolívia não saem do papel, no Brasil a Petrobras segue com uma forte expansão. A construção de um novo complexo petroquímico, no Rio de Janeiro, deve criar 50 000 empregos diretos. A obra foi anunciada ontem e terá um investimento total de 6,5 bilhões de dólares. Entre os parceiros que vão ajudar a financiar o projeto estão o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Grupo Ultra, dono da empresa Ultragaz.
A unidade petroquímica deve ser finalizada em 2012 e será a base para o desenvolvimento do parque industrial que será criado na região metropolitana do Rio, com empresas produtoras de diversos insumos, como polietilenos, propileno e estireno - voltados para a fabricação de plásticos, geladeiras, computadores, veículos e até navios.