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Governança corporativa é sinônimo de transparência, afirma professor de Harvard

Robert Stobaugh é professor da Harvard Business School e especialista em governança corporativa -- em linhas gerais, o conjunto de estruturas e práticas que tornam as decisões de uma empresa visíveis e transparentes para todos os interessados. Leia a seguir entrevista exclusiva à EXAME: Quais são os objetivos da governança corporativa? O objetivo fundamental é […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h27.

Robert Stobaugh é professor da Harvard Business School e especialista em governança corporativa -- em linhas gerais, o conjunto de estruturas e práticas que tornam as decisões de uma empresa visíveis e transparentes para todos os interessados. Leia a seguir entrevista exclusiva à EXAME:

Quais são os objetivos da governança corporativa?
O objetivo fundamental é fazer com que a empresa seja administrada de acordo com os interesses dos acionistas. Essa discussão já existe há alguns anos nos Estados Unidos. Em mercados como o americano, ela já vai além das estruturas e práticas que favorecem a governança. Fala-se muito, por exemplo, sobre o papel determinante dos membros externos do conselho de administração -- pessoas que não representam os acionistas mas têm poder de influenciar a forma como são representados e a gestão.

Que avaliação o senhor faz sobre a preocupação com a governança em mercados emergentes?
O que causou a ênfase no tema governança corporativa nos Estados Unidos foi o fato de os acionistas das empresas perceberem que deveriam ser bem representados nos conselhos de administração. Isso não tem a ver com a globalização, porque muitas das empresas que têm ações na bolsa de valores aqui não competem globalmente.
Em mercados emergentes a globalização tem um peso, inclusive do ponto de vista de crescimento e investimentos. Investidores internacionais têm uma crescente preocupação com a transparência das companhias. Ela é importante para que eles se sintam à vontade para colocar dinheiro em empresas locais. É uma questão de confiança. E isso é importante tanto para as empresas quanto para o país.

O fato de o Brasil não ter um mercado de capitais desenvolvido pode ser um entrave para a evolução da governança no país?
Não sou expert no desenvolvimento de mercados de capitais. Mas posso dizer que empresas que precisam de investidores externos precisam se preocupar com a governança independentemente disso. Essa preocupação pode ter níveis diferentes, dependendo da estrutura de controle da empresa. Se o dono toca a companhia, ele precisará de transparência suficiente para ganhar a confiança do público interno, por exemplo. Se ele pede dinheiro emprestado -- pode ser para o governo -- precisa ser transparente para ganhar a confiança de quem empresta. Se o controle da empresa está nas mãos de muitos investidores, na bolsa de valores, a preocupação com a governança precisa ser muito maior.

Que empresas o senhor citaria como modelo de governança corporativa?
A General Electric. Eles têm um conselho de administração muito independente. Entre outras coisas, o conselho procura se certificar de que os diretores da GE, que tocam a empresa no dia-a-dia, tenho muitas ações da companhia. Assim eles terão certamente que se preocupar com o desempenho e o futuro dela.

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