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Golpe com hospedagem? Fraudes geram rombo de R$ 100 bilhões

Setor estima prejuízo bilionário no último ano com fraude e golpes — R$ 25 bilhões apenas em São Paulo

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 30 de abril de 2025 às 16h30.

O setor de hospedagem e alimentação no Brasil enfrenta uma crise que não envolve apenas a perda de clientes, mas também um rombo de até R$ 100 bilhões em fraudes e golpes. Somente em São Paulo, os danos alcançam R$ 25 bilhões. Os principais golpes são os de falsa hospedagem, onde clientes pagam por diárias e, ao chegar ao hotel, descobrem que não há reserva alguma.

Em 2024, esse tipo de fraude gerou um prejuízo de R$ 2,4 bilhões no país. O diretor-executivo da Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp), Edson Pinto, explica que as agências de viagem não autorizadas são frequentemente responsáveis por esses casos, com perdas de R$ 135 milhões em São Paulo no ano passado.

Outro setor afetado é o de bufês, com estelionatários fechando estabelecimentos ou não cumprindo contratos, o que gerou perdas de aproximadamente R$ 90 milhões no Brasil -- e R$ 15 milhões em São Paulo em 2024. Fraudes virtuais, como os golpes com QR Codes falsificados, também estão em ascensão, já causando um prejuízo de R$ 135 milhões no país. Os golpistas alteram os códigos para desviar pagamentos ou roubar dados bancários, muitas vezes utilizando redes Wi-Fi públicas para realizar os ataques.

Além disso, o contrabando e a falsificação de produtos têm aumentado as perdas fiscais. No setor de bebidas alcoólicas, 36% dos produtos comercializados no Brasil são falsificados ou contrabandeados, resultando em um prejuízo fiscal de R$ 85,2 bilhões. Em São Paulo, o impacto é de R$ 23 bilhões. O mercado de cigarros falsificados, por sua vez, causou uma perda de arrecadação de R$ 9 bilhões no Brasil, com R$ 1,65 bilhão apenas no estado paulista.

Como evitar fraudesno setor?

A Fhoresp alerta que, sem ações mais concretas, as perdas poderão continuar em 2025. Para mitigar esse cenário, a entidade sugere a criação de um Cadastro de Estelionatários, com a colaboração da Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público, para facilitar a identificação e punição dos golpistas. A implementação de tecnologias para garantir a segurança dos contratos e seguros contra inadimplência também são recomendadas.

Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, enfatiza que é urgente a criação de um sistema de proteção robusto, capaz de minimizar os danos tanto para as empresas quanto para os consumidores. "Se não tivermos uma regulação mais forte e ações integradas, o prejuízo vai continuar a ser carregado por clientes e empresas", afirmou Pinto.

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