Negócios

Goldman Sachs vê venda da GOL no longo prazo

Em relatório, banco destaca que compra de 60 aviões é indício de que companhia tem um plano estratégico de longo prazo


	Gol: ações da empresa chegaram a subir mais de 10% na segunda-feira
 (Divulgação)

Gol: ações da empresa chegaram a subir mais de 10% na segunda-feira (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2012 às 19h20.

São Paulo - Em relatório divulgado nesta terça-feira, o analista Eduardo Siffert Couto, do banco Goldman Sachs, destacou que o anúncio, realizado nesta segunda-feira, da compra de 60 aeronaves pela GOL é um indício de que a companhia prepara um plano estratégico de longo prazo que pode incluir a venda de uma fatia de seu capital.

“Em nossa opinião, essa grande encomenda pode renovar a conjectura de uma potencial fusão ou aquisição da GOL, uma vez que a companhia não explicou como vai se financiar para pagar as aeronaves”, disse. Couto explica ainda que pedidos de aquisição de aviões de longo prazo são geralmente flexíveis em termos de data de entrega e servem mais como uma indicação de estratégia para os próximos anos.

Ele lembra nota publicado na coluna Radar On-line de VEJA, do jornalista Lauro Jardim, em 7 de setembro, que traz a informação sobre uma reunião entre o alto comando da GOL e executivos da Qatar Airways para discutir a possibilidade de compra da empresa brasileira, usando o mesmo desenho da fusão da LAN com a TAM, que criou a Latan.


Na segunda-feira, a GOL convocou uma coletiva de imprensa após o fechamento do mercado, na qual foi anunciada a assinatura de um contrato com a Boeing para a compra de 60 aeronaves do modelo 737 Max, que pode economizar, em média, 13% de combustível, reduzindo, assim, custos de operação. A transação foi estimada em 6 bilhões de reais (cada aeronave custa 100 milhões de reais). Contudo, o presidente da companhia, Paulo Kakinoff, não revelou como seria feito o pagamento e nem seus prazos.

“Nós acreditamos que a encomenda pode aumentar as preocupações com o excesso de capacidade e taxas de retorno da companhia. A empresa enfrenta um excesso de oferta que tem reduzido suas taxas de retornos e pressionado suas margens. Em nosso ponto de vista, é importante controlar a capacidade num cenário de custos mais maiores e alto preço do combustível”, disse.

O Goldman Sachs acredita, porém, que o anúncio da segunda-feira não tem impacto no curto prazo e destacou que a GOL deve continuar enfrentando margens mais baixas, taxas de retorno fracas e custos altos.

Nesta terça-feira, as ações da GOL caíram 11,02%, a 11,39 reais, após subir mais de 10% na segunda-feira, com rumor de que o anúncio da coletiva de imprensa seria a venda de parte da companhia para sanar suas finanças.

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoBancosbancos-de-investimentocompanhias-aereasEmpresasEmpresas americanasEmpresas brasileirasGol Linhas AéreasGoldman SachsServiçosSetor de transporteVendas

Mais de Negócios

Azeite a R$ 9, TV a R$ 550: a lógica dos descontaços do Magalu na Black Friday

20 frases inspiradoras de bilionários que vão mudar sua forma de pensar nos negócios

“Reputação é o que dizem quando você não está na sala”, reflete CEO da FSB Holding

EXAME vence premiação de melhor revista e mantém hegemonia no jornalismo econômico