Negócios

Goldman Sachs lidera 2ª rodada de recursos na CargoX

A nova injeção de recursos levou o total arrecadado pela empresa junto aos investidores para 49 milhões de reais


	Goldman Sachs: a CargoX se define como transportadora de carga sem frota de veículos própria
 (.)

Goldman Sachs: a CargoX se define como transportadora de carga sem frota de veículos própria (.)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2016 às 08h36.

São Paulo - O banco norte-americano Goldman Sachs liderou uma segunda rodada de injeção de recurso na empresa brasileira de tecnologia para transporte de carga CargoX, no valor de 35 milhões de reais, anunciou a companhia iniciante nesta quarta-feira.

A nova injeção de recursos levou o total arrecadado pela empresa junto aos investidores para 49 milhões de reais.

A segunda rodada de capitalização da CargoX teve ainda participação do fundo de investimentos Valor Capital Group e dos investidores existentes, Oscar Salazar (co-fundador do Uber), Hans Hickler (ex-presidente da transportadora DHL Express), Agility Logistics e Lumia Capital.

A CargoX se define como transportadora de carga sem frota de veículos própria. O sistema da companhia conecta empresas que precisam transportar cargas a cerca de 150 mil motoristas autônomos cadastrados.

A companhia foi lançada em março e atualmente atende todas as regiões do Brasil. A força de trabalho de 50 funcionários deve crescer nos próximos dois meses para entre 150 e 170 posições. A expectativa da companhia é faturar no primeiro ano de atuação cerca de 50 milhões de reais.

"Um transportador normal gera capacidade ociosa automaticamente quando aceita transportar uma carga porque o caminhão vai voltar vazio", disse o presidente-executivo da CargoX, o argentino Federico Vega, ex vice-presidente do JPMorgan na Inglaterra.

"O que fazemos é ajudar o caminhoneiro ou a transportadora a não voltarem com o caminhão vazio", disse o executivo, acrescentando que caminhões no Brasil passam em média 40 por cento do tempo rodando vazios.

A expectativa da companhia é atingir o equilíbrio financeiro no fim de 2017, quando pretende fazer uma nova rodada de captação de recursos, disse Vega. A maior parte dos recursos aplicados pela empresa está indo para financiamento das cargas e capital humano.

O modelo de negócios da CargoX se assemelha ao da empresa de aluguel de quartos para temporada Airbnb, com o dono da carga pagando frete combinado com a empresa, que depois repassa o pagamento ao transportador, cobrando uma comissão de 5 a 15 por cento sobre o valor do frete, disse Vega.

Segundo ele, a empresa pretende alçar voos mais longos nos próximos três a quatro anos, meta que inclui expansão para múltiplos mercados na América Latina e fora do continente.

"A ideia é provar o modelo muito bem em um único país, no caso do Brasil, e depois fazer como o Uber fez, lançando o serviço em vários mercados simultaneamente", disse o presidente da CargoX.

O Brasil é um dos maiores mercados para caminhões do mundo, com 65 por cento da carga sendo transportada por rodovias.

Segundo Vega, o país possui 1 milhão de caminhoneiros autônomos que disputam um mercado de cargas grandes de 120 bilhões de reais por ano. Como comparação, o executivo citou que os Estados unidos possuem 400 mil caminhoneiros autônomos.

Vega calculou que o mercado brasileiro tem um excedente de 350 mil caminhões, já que boa parte da frota atual roda parte considerável do tempo vazia.

Crise? Que crise?

Segundo o presidente da CargoX, a demanda por frente no país no primeiro bimestre caiu 10,5 por cento ante mesmo período de 2015, em meio à crise econômica.

Apesar disso, ele considera o momento como uma oportunidade para a companhia, já que os clientes buscam mais intensamente reduzir seus custos com frete.

"Temos uma oportunidade grande, porque muitos clientes que nos procuram estão precisando economizar e, quando dizemos que podemos reduzir o custo de frete em 30 por cento, isso vende muito", afirmou o executivo.

Ele comentou que entre as cargas mais comuns transportadas pela empresa estão produtos agrícolas, de construção e eletrodomésticos de linha branca.

Questionado se a empresa avalia entrar no segmento de transporte de volumes menores, Vega citou que isso não está nos planos de curto prazo. "Pode ser um dos mercados que entraríamos", comentou.

Acompanhe tudo sobre:Bancosbancos-de-investimentoEmpresasEmpresas americanasGoldman SachsSetor de transporteTransporte e logística

Mais de Negócios

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação