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GOL começa segunda fase de expansão internacional

A GOL Linhas Aéreas vê grande potencial no corredor ligando o Brasil à América do Norte


	GOL: enquanto não cria novas rotas, a empresa lançará mão de parceira com a aérea norte-americana Delta Airlines
 (Divulgação)

GOL: enquanto não cria novas rotas, a empresa lançará mão de parceira com a aérea norte-americana Delta Airlines (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 20h54.

Rio - Com a retomada dos voos para os Estados Unidos cinco anos depois de abandonar as rotas herdadas com a compra da Varig, a GOL Linhas Aéreas dá início à segunda fase da expansão internacional. "A malha na América do Sul está bem completa, o que nos permite partir para a expansão internacional", disse nesta quarta-feira o presidente da empresa, Paulo Kakinoff.  A GOL Linhas Aéreas vê grande potencial no corredor ligando o Brasil à América do Norte e não pretende se restringir às viagens o Rio e São Paulo a Orlando, Miami e Nova York, anunciadas para dezembro.

De acordo com Kakinoff, com a utilização de Santo Domingo, na República Dominicana, como hub (centro de conexões), os aviões da GOL terão autonomia para alcançar praticamente todo o mercado dos EUA. Embora ainda não haja decisão sobre outros destinos, estão no radar da companhia aérea destinos como Cancún, no México, e Los Angeles e Las Vegas, nos EUA.

"O nosso equipamento pode alcançar muito mais cidades interessantes, que estão no nosso radar, em plena fase de avaliação de densidade de passageiros para entrarem na nossa lista de expansão", declarou, durante a feira da Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), na capital fluminense. Hoje, o mercado americano é explorado com transporte aéreo regular apenas pela TAM e por empresas dos EUA.


Enquanto não cria novas rotas, a empresa lançará mão de parceira com a aérea norte-americana Delta Airlines, uma das acionistas da GOL. A companhia estrangeira voa da República Dominicana para Atlanta, nos EUA, onde está localizado o principal centro de conexões dela. "De Atlanta, a Delta pode distribuir esses passageiros para todo o mundo", disse.

O lançamento dos voos para os EUA não deve trazer de volta a marca Varig nas viagens internacionais. A avaliação de Kakinoff é que a companhia ainda é associada a um tipo de serviço diferente do oferecido pela GOL hoje. A empresa se vende ao mercado como uma companhia low cost, low fare (baixo custo, baixa tarifa), enquanto que a Varig era percebida como uma empresa que prestava um serviço de padrão mais elevado.

Enquanto planeja sua expansão internacional, a GOL mantém parte de seus esforços concentrados na integração com a Webjet. Depois da aprovação da compra da empresa pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) este mês, a aérea ainda está trabalhando no plano de unificação das duas empresas, porém ainda não resolveu se acabará ou não com a marca Webjet. Kakinoff revelou, no entanto, que as duas empresas já compartilham o mesmo padrão tarifário.

Reajuste - Outro foco da atenção da GOL é a busca pela recomposição dos preços dos bilhetes no mercado doméstico. O presidente da aérea afirmou que há grande probabilidade de haver aumento das passagens no ano que vem. Ele explicou que o cenário atual de alta do preço do combustível e desvalorização do real aponta para a necessidade de aumentar tarifas. Segundo ele, a recente desoneração da folha de pagamentos pelo governo, considerada positiva pelo setor, será neutralizada pelo aumento e criação de tarifas aeroportuárias. "No nosso caso, representa impacto que não só neutraliza a desoneração, como adiciona um custo anual de R$ 70 milhões", declarou.

A preocupação é compartilhada pela TAM. A vice-presidente da unidade de Negócios Domésticos da companhia, Cláudia Sender, estima que as aéreas brasileiras precisariam aumentar a tarifa média no segmento doméstico em 10% para zerar os prejuízos que vem amargando desde o ano passado, estimou ontem A previsão, segundo ela, foi feita com base em relatórios assinados por analistas do mercado financeiro, que apontam novas perdas no terceiro trimestre.

"Para as empresas chegarem no zero a zero, deveria haver pelo menos uma recuperação de 10% na tarifa média", disse a executiva. Ela explicou, porém, que esse movimento de recuperação dos preços das passagens não é fácil e deve ser feito de forma gradual. "É um processo que tem de ocorrer, senão não vamos ter uma indústria saudável", comentou.

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