Negócios

Gol quer alçar voos mais altos para voltar a crescer

A companhia aérea adota estratégia de aumentar voos e parcerias internacionais para aumentar o faturamento e diminuir os riscos


	GOL: a companhia aérea adota estratégia de aumentar voos e parcerias internacionais
 (Divulgação)

GOL: a companhia aérea adota estratégia de aumentar voos e parcerias internacionais (Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 11h12.

São Paulo – A GOL Linhas Aéreas Inteligentes quer voar mais alto e para mais longe e já traçou uma rota bem definida para isso, segundo analistas de mercado.

A partir de parcerias com outras companhias aéreas e aumento dos voos internacionais, a empresa espera incrementar a receita, diminuir riscos e estabelecer sua marca no mercado exterior.

Essa busca pela internacionalização da GOL se intensificou em 2014, segundo especialistas entrevistados por EXAME.com. 

Desde o ano passado, a empresa fechou parcerias com a Korean Air, Ethiad Airways, Aeromexico , Royal Air Maroc - nesse caso, um acordo de interline, Aerolineas Argentinas  e Delta Air Lines Canadá.

Com o acordo retomado com a Copa Airlines em janeiro de 2015, já são 11 parcerias mais recentes com companhias internacionais – também chamadas de codeshare.

Por meio delas, é possível que a GOL ofereça seus voos nas plataformas das outras empresas – e vice-versa.

Apesar de não gerarem receitas diretamente, as parcerias aumentam o número de possíveis clientes. Também ampliam a ramificação da comapnhia brasileira e sua atuação no mercado.

“Isso joga o nome da companhia para fora do país”, diz Rodrigo Fernandes, analista do banco UBS.

A empresa comenta a abertura de novos horizontes, redução de custos e aumento de receita em nota sobre a parceria com a Delta.

"A conexão entre as aéreas permitiu não apenas a conquista de novos mercados e receitas, mas também criou sinergias com grande potencial de redução de custos operacionais”, afirmou.

Para Fernandes , a estratégia de aumentar a oferta de voos internacionais faz parte da busca por uma nova imagem para a GOL.

“Trata-se de uma companhia diferente do passado. A GOL tem hoje mais foco em disciplina e gestão. Vemos uma migração para um modelo focado em rentabilidade”, afirmou ele. 

Voos Internacionais

Voar para mais longe também está nos planos da GOL.

"Assim, a empresa passa a atuar no exterior e a força da marca é assegurada”, diz Mário Bernardes Júnior, analista do Banco do Brasil.

Com a expertise de companhias que já operam lá fora, a empresa também pode atingir um passageiro mais rentável.

Segundo os analistas, a margem maior em voos internacionais tem principalmente três motivos.

Em primeiro lugar, o preço das passagens é maior. Além disso, o passageiro dificilmente deixará de viajar se o preço aumentar muito – viagens internacionais continuam crescendo mesmo com a variação cambial.

Por fim, o custo também é menor. O combustível é pago apenas no destino e a carga tributária no exterior sobre o petróleo é menor do que no Brasil.

Com menos pressão pela variação do câmbio – pelo preço da passagem e do combustível – a empresa mitiga os riscos externos e se torna mais sólida, afirmam analistas.

“São ajustes que vêm dando resultado”, afirma Bernardes. “A GOL reduziu a oferta no mercado interno para manter o preço, focou no passageiro de negócios e internacional e reduziu custos com aeronaves e funcionários”, comenta o analista, que vê lucro para a GOL já em 2015.

Acompanhe tudo sobre:Aviaçãocompanhias-aereasEmpresasEmpresas brasileirasEstratégiagestao-de-negociosGol Linhas AéreasParcerias empresariaisServiçosSetor de transporte

Mais de Negócios

Segredos revelados: como a Smart Fit reinventou o modelo de academias e dominou a América Latina

O Brasil está pegando fogo. Esta empresa tem uma solução — e já combateu 25.000 incêndios

Após criar um negócio milionário com a venda de insumo a hospitais, ela quer ajudá-los a comprar bem

Citigroup faz parceria de US$ 25 bilhões com Apollo para empréstimos de risco