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GM reforça estratégia em elétricos ao comprar fatia de 11% na Nikola Motor

Além da parceria na área de baterias e células a hidrogênio, a General Motors irá produzir a picape Badger, lançamento da marca novata

Picape Badger: parceria para produção pela GM (Nikola Motor/Divulgação)

Picape Badger: parceria para produção pela GM (Nikola Motor/Divulgação)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 8 de setembro de 2020 às 13h39.

A General Motors anunciou nesta terça-feira, 08, a compra de uma fatia de 11% na Nikola Motor, de veículos elétricos e movidos a hidrogênio, além de uma parceria para produzir a Badger, primeira picape da marca novata na indústria automotiva. Com o anúncio, as ações da Nikola saltaram mais de 50% da Nasdaq.

Em comunicado, a GM falou sobre a oportunidade de crescimento nos mercados de células de combustível e sistemas de baterias. A GM irá projetar, homologar, validar e fabricar as versões elétrica e de célula de combustível da bateria da Badger, entre outros planos.

“Estamos aumentando nossa presença em vários segmentos de elétricos de alto volume ao mesmo tempo em que construímos escala para reduzir os custos da bateria e da célula de combustível e elevar a lucratividade", disse Mary Barra, presidente da GM, em comunicado.

A executiva reforça que a aplicação das soluções de tecnologia de elétricos da GM à classe de veículos comerciais pesados ​​é outro passo importante para a companhia, área de expertise da Nikola. “Esta parceria estratégica com a Nikola, líder em inovação da indústria, reforça a implantação mais ampla da bateria Ultium da GM e dos sistemas de célula de combustível Hydrotec”, disse Barra.

“A General Motors é uma das maiores empresas de engenharia e manufatura do mundo. Ao nos unirmos, obtemos acesso às peças validadas da GM para todos os nossos programas, à tecnologia de bateria Ultium e ao programa de célula de combustível multibilionário pronto para produção”, disse Trevor Milton, presidente do conselho de administração da Nikola e fundador da empresa, em comunicado.

A GM vai receber uma participação de 2 bilhões de dólares na Nikola e o direito de nomear um membro do conselho em troca de serviços em espécie. A GM também distribuirá células de combustível da Nikola em todo o mundo, exceto na Europa.

A Nikola, sediada em Phoenix, é especializada na produção de caminhões elétricos e movidos a células de hidrogênio, mas recentemente entrou no segmento de veículos leves com a picape Badger.

Em entrevista exclusiva à EXAME em julho deste ano, Milton disse que a empresa será uma das maiores do mundo daqui a dez anos. “Sabemos da importância das parcerias. Diferentemente da Tesla, não queremos fazer tudo sozinhos. Essa é uma das razões pelas quais nossas ações estão indo tão bem", afirmou Milton.

A venda da picape Badger, assim como dos caminhões da Nikola, não será feita por rede própria. A produção também será feita em parceria.

De acordo com o comunicado, a Nikola será responsável pelas vendas e marketing da picape Badger. O modelo foi anunciado pela primeira vez em 10 de fevereiro e fará sua estreia pública no próximo mês de dezembro. A produção do veículo deve começar no final de 2022 em um local a ser anunciado.

A Nikola vinha recebendo inúmeras críticas por não abrir mais informações sobre suas parcerias para produção e vendas de seus produtos, além de admitir que, em 2020, não terá receita. No entanto, as ações continuavam relativamente bem na Nasdaq. Com o anúncio da GM, espera-se que os papeis da companhia tenham um desempenho ainda melhor.

Do lado da GM, a parceria significa que nenhuma grande montadora deve ficar de fora do movimento de expansão das alianças em busca do carro do futuro: elétrico, autônomo e altamente conectado. A crítica do presidente da Nikola em relação à atuação "solo" da Tesla faz sentido?

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