Entrada da GM em São José dos Campos (Roosevelt Cassio/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2012 às 14h59.
São Paulo - A General Motors apresentou na noite de segunda-feira (10) proposta de aumento salarial de 8,24% para os metalúrgicos de São José dos Campos, o que repõe a inflação de 5,39% do período, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e dá 2,85% de aumento real. A oferta agradou os trabalhadores e pode evitar uma possível greve na montadora, que vinha sendo ameaçada pela categoria. Dois turnos de trabalhadores já aprovaram a proposta em assembleia na manhã desta terça-feira (11).
"Levamos a proposta para assembleia nesta manhã e foi aprovada pelo primeiro turno e pelo terceiro - que estava de saída. Precisamos aprovar com todos os turnos", disse Herbert Claros, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, afirmando que o segundo turno irá analisar a oferta ainda na tarde desta terça-feira. São 7 mil metalúrgicos ligados ao sindicato trabalhando na GM. Além do reajuste, a montadora ofereceu também R$ 3.250 de abono salarial.
Na última quarta-feira (5), a GM havia proposto reajuste de 2% de aumento real e R$ 2.500 de abono salarial, rejeitada na quinta-feira (6), em assembleia dos trabalhadores. Os metalúrgicos de São José dos Campos pediam 7,48% de aumento real, além da reposição da inflação e ameaçavam paralisações nas fábricas caso a negociação não avançasse. "Essa nova proposta supera o índice fechado pela CUT de 2,3% de aumento real. Cada ano tem uma realidade, por isso não fizemos acordo de dois anos", afirmou Claros. Com acordo fechado em 2011 válido por dois anos, os trabalhadores de montadoras ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) não entraram em campanha salarial neste ano.
No total, 44 mil metalúrgicos trabalham na região de São José dos Campos. Dentro deste grupo, os 7 mil da GM estão prestes a fechar acordo com a montadora, mas os demais seguem em campanha salarial. Esta semana, a categoria realiza protestos, assembleias e paralisações nas fábricas, como forma de pressão. Os metalúrgicos de São José dos Campos pedem 7,48% de aumento real, mas a maioria das propostas foi de 5% de reajuste, o que exclui aumento real e não cobre a inflação do período.