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GM é a mais nova empresa a ter um conselho igualitário

A paridade maior para as mulheres na liderança corporativa é vista como fundamental para reduzir o assédio e a discriminação

General Motors (foto/Getty Images)

General Motors (foto/Getty Images)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 13 de outubro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 13 de outubro de 2018 às 06h00.

O ano promete ser bom para a paridade de gênero nas maiores empresas dos EUA - mas ainda há um longo caminho pela frente.

A nomeação de Jami Miscik como diretora da General Motors, na quarta-feira, eleva o número de empresas do Standard & Poor’s 500 em que as mulheres ocupam pelo menos metade dos assentos do conselho para pelo menos 11 neste ano, contra cerca de seis no fim de 2017, segundo dados da Bloomberg. A empresa de recuperação de automóveis Copart é a única do S&P 500 sem nenhuma mulher no conselho, mostram os dados.

"Elas estão abrindo o caminho que deve ser seguido por outras empresas", disse Betsy Berkhemer-Credaire, CEO da 2020 Women on Boards, que defende que todos os conselhos de empresas dos EUA tenham pelo menos 20 por cento de mulheres até 2020. "Estamos muito próximos deste impulso que é tão animador."

A paridade maior para as mulheres na liderança corporativa é vista como fundamental para reduzir o assédio e a discriminação no ambiente de trabalho. As acusações bastante visíveis de assédio sexual contra centenas de executivos no último ano, como parte do movimento #MeToo, intensificaram os pedidos para que as empresas cedessem mais poder às mulheres. A State Street e a BlackRock vêm votando contra empresas sem mulheres na direção, o que aumenta a pressão.

Mudanças na composição do conselho da CBS, da Best Buy e da Omnicom Group estão levando esses conselhos a uma maioria feminina, e a Autodesk também atingiu 50 por cento de mulheres diretoras neste ano, segundo dados da Bloomberg e registros da empresa. Cerca de 22 por cento dos diretores do S&P 500 são mulheres, segundo a agência de recrutamento de executivos Spencer Stuart.

‘Existe um déficit’

O trabalho está longe do fim, diz Berkhemer-Credaire, já que centenas de empresas menores não têm sequer uma diretora. Mais de 400 empresas do Russell 3000 não têm mulheres no conselho, segundo dados da Bloomberg.

"Ainda existe um déficit", disse. "É um grande déficit com muitas empresas que não estão nem perto da paridade."

Mais de 100 empresas de capital aberto com sede na Califórnia têm até 2019 para adicionar pelo menos uma mulher ao conselho até 2019, segundo uma lei sancionada no mês passado pelo governador Jerry Brown. A lei exige que toda empresa com cinco diretores tenha pelo menos duas integrantes até 2021. Quando o conselho tiver seis ou mais diretores, três precisarão ser mulheres.

Os números estão sempre mudando com a adição e a aposentadoria de diretores nos conselhos das empresas.

Na GM, a CEO Mary Barra é a primeira mulher a dirigir uma grande fabricante de automóveis, e uma mulher acaba de ser nomeada diretora financeira. A chegada de Miscik representa, na verdade, a terceira vez que a GM atinge a paridade no conselho desde 2016, mas tem sido difícil manter a proporção em meio às várias chegadas e partidas. A GM expandiu o conselho para 12 com a adição de Miscik, 60, que é CEO da consultoria Kissinger Associates e ex-vice-diretora de inteligência da CIA, a agência central de inteligência dos EUA.

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