Negócios

GM demitiu 1.053 e descarta reversão, afirma Moan

Segundo diretor da montadora, "não há a menor possibilidade de reversão" das demissões de trabalhadores da área de montagem

Fabricação de um Chevrolet Cobalt na linha de montagem do carro da fábrica da General Motors em São Caetano do Sul, em São Paulo (Dado Galdieri/Bloomberg)

Fabricação de um Chevrolet Cobalt na linha de montagem do carro da fábrica da General Motors em São Caetano do Sul, em São Paulo (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2014 às 19h07.

São Paulo - O diretor de Assuntos Institucionais da General Motors (GM), Luiz Moan, falou nesta sexta-feira, 3, pela primeira vez, de forma oficial, que a empresa desligou 1.053 trabalhadores da área de montagem e de manuseio da sua unidade fabril de São José dos Campos (SP).

Ainda de acordo com o executivo, que falou rapidamente com os jornalistas após ter se reunido com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em São Paulo, ele já teria conversado com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, e afirmado a ele que "não há a menor possibilidade de reversão" das demissões.

Segundo Moan, Mantega convocou a reunião para manifestar a preocupação do governo com as demissões em São José dos Campos. Perguntado pelo Broadcast se a GM não teria assinado uma cláusula de manutenção do emprego no âmbito do acordo que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis, Moan disse que sim e que não só o cumpriu como aumentou em 10 mil o total de trabalhadores da empresa.

"A redução do IPI ocorreu em maio de 2012 e desde lá aumentamos o número de trabalhadores de 145 mil para 155 mil. Não só cumprimos o acordo como elevamos o total de trabalhadores", disse o diretor da GM.

Pelo que explicou o executivo, o processo de demissão que se concluiu em dezembro de 2013 constava de um acordo assinado entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos em janeiro de 2013. "E acordo assinado é acordo que deve ser cumprido", disse Moan.

Ainda de acordo com ele, as demissões se deram por conta do insucesso na negociação com o Sindicato de São José para que fossem feitos investimentos na linha de abastecimento e montagem do modelo Classic. "Desde de 2008 estamos tendo dificuldades de acordo com o Sindicato", reiterou o diretor da GM, acrescentando que por causa disso a montadora perdeu projetos.

O modelo Classic, de acordo com Moan, continuará sendo produzido nas fábricas de São Caetano do Sul e em Rosário, na Argentina. O complexo fabril da GM em São José, de acordo com o diretor, é formado por oito fábricas e apenas uma delas está com problemas.

Moan explicou ainda que dos 1.053 demitidos, boa parte foi desligada por adesão a quatro Programas de Demissões Voluntárias (PDV). Perguntado sobre qual seria o número de funcionários que se desligaram da montadora por meio dos PDVs, ele disse que só divulgará os dados após informá-los ao sindicato.

Atualizado às 20h06min, pois a nota enviada anteriormente continha uma incorreção. O modelo Classic continuará sendo produzido nas fábricas de São Caetano e em Rosário, na Argentina; e não em São José dos Campos e Rosário.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCortes de custo empresariaisDemissõesDesempregoEmpresasEmpresas americanasgestao-de-negociosGM – General MotorsIndústriaMontadoras

Mais de Negócios

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões