Givaudan: novo laboratório de inovação no Brasil (anna-ok/Getty Images)
Marina Filippe
Publicado em 22 de setembro de 2020 às 16h19.
A empresa suíça de aromas e fragrâncias Givaudan tem uma característica de frequentes aquisições. Nos últimos cinco anos, por exemplo, foram 16 compras globais com um investimento de 3,5 bilhões de francos suíços, com retorno de vendas adicionais de 1,5 bilhões de francos suíços. Uma das mais recentes, no entanto, exigiu maior demanda dos funcionários no Brasil, inclusive na pandemia da covid-19.
A partir da aquisição da alemã Drom, em julho de 2019, a área de fragrâncias que corresponde a 45% da receita da empresa, começou a estruturar por aqui um laboratório de inovação Trendlab. "Quando houve a aquisição da Drom olhamos não só o market share, mas o conhecimento nas atuações regionais", diz Lucia Lisboa, vice-presidente de fragrâncias finas da Givaudan América Latina.
O Trendlab, inaugurado em abril busca analisar e antecipar tendências do mercado a partir de tecnologia e novos ingredientes. O laboratório é responsável por pensar o novo produto do início ao fim, incluindo, por exemplo, embalagem e estratégia de divulgação.
"Grandes empresas acabam não ficando tão próximas do consumidor no dia a dia, a intenção do Lab é oferecer essa proximidade ao mesmo tempo em que traz agilidade e oportunidade", diz Renata Abelin, gerente sênior de inovação da Givaudan. Segundo as executivas, apesar da pandemia a integração das áreas tem acontecido gradual e virtualmente, com projetos que chegam a contar com até 30 pessoas.
A iniciativa da Givaudan é semelhante ao que acontece em outras indústrias. Um exemplo é de quando a Ambev comprou as marcas Colorado e Wälls, de cervejas artesanais, e inaugurou o ZX Ventures, um hub específico para pensar em inovação.
Globalmente a Givaudan faturou 6,2 bilhões de francos suíços em 2019, um crescimento de 5,8% em relação ao ano anterior. Já no primeiro semestre deste ano foi registrado um crescimento de 4% quando comparado com o mesmo período de 2019, apesar da pandemia.
"Tivemos impacto negativo na Europa, mas crescimento na América Latina por conta da venda direta, agilidade nas integrações e mesmo a preferência da compra dos produtos aqui, quando antes possivelmente seriam comprados em viagens para outros países", afirma Lisboa.