O BNDES aumentou seu papel de criar os chamados campeões nacionais e emprestou duas vezes mais que o Banco Mundial no ano passado (Divulgação/BNDES)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 10h12.
São Paulo - Os planos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social de abrir sua primeira unidade internacional sinalizam um aumento dos esforços para ajudar a expansão global de empresas com crédito subsidiado.
A nova subsidiária em Londres irá diminuir as despesas do BNDES e reduzir de 10 a 15 por cento o custo de financiamento em moedas estrangeiras para empresas brasileiras, segundo Sérgio Foldes, superintendente da divisão internacional do banco.
Os títulos denominados em dólar de empresas brasileiras que buscam financiamento no mercado ao invés de no BNDES têm taxa média de 5,41 por cento, conforme dados compilados pelo JPMorgan Chase & Co.
“O que eu vejo no BNDES é uma orientação muito forte para tornar as grandes empresas brasileiras ainda maiores”, disse André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, em entrevista por telefone de São Paulo. “O campeão nacional é o objetivo final do BNDES agora.”
O BNDES, fundado há 60 anos para disponibilizar crédito a empresas pequenas demais para vender títulos ou contratar empréstimos com bancos comerciais, aumentou seu papel de criar os chamados campeões nacionais e emprestou duas vezes mais que o Banco Mundial no ano passado.
Desde 2009, o banco financiou aquisições da Marfrig Alimentos SA e da JBS SA nos Estados Unidos. Em dezembro, o BNDES fechou um financiamento à Braskem SA, maior produtora química da América Latina, que marcará a primeira vez que o banco entrega recursos no exterior diretamente para um cliente.