O armazém da Farmina, em Bragança Paulista (SP), está conectado à fábrica por um túnel subterrâneo com 16 metros de altura (Farmina/Divulgação)
Repórter
Publicado em 16 de setembro de 2025 às 11h17.
Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 16h05.
A Farmina Pet Foods, empresa italiana especializada em nutrição super premium para cães e gatos, anunciou um novo passo estratégico no Brasil. A companhia inaugura nesta terça-feira, 16, em Bragança Paulista, São Paulo, o seu primeiro centro de distribuição (CD) na América Latina, fruto de um investimento próprio de R$ 45 milhões.
Com 10,5 mil m², o complexo fica em frente à unidade fabril da empresa e foi viabilizado com apoio do Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Econômico da prefeitura local, que doou o terreno. O espaço moderno e automatizado permitirá que a Farmina dobre sua capacidade de produção nacional, hoje em torno de 3,5 mil a 3,8 mil toneladas por mês.
“O novo CD abrirá espaço no ambiente fabril para que possamos dobrar a produção e aproveitar as ondas de crescimento do mercado”, afirma Marcelo Hara, diretor-geral da Farmina para a América Latina.
O armazém está conectado à fábrica por um túnel subterrâneo com 16 metros de altura. Ali serão estocados desde insumos e embalagens até alimentos secos produzidos localmente e a linha importada de úmidos. Os pedidos serão embalados conforme cada lote, transportados pelo túnel e carregados diretamente nos caminhões, com ganho de eficiência logística.
Além da logística interna, a unidade brasileira tem papel estratégico para a companhia quando o recorte é exportação. A Farmina já atua em 70 países e mantém fábricas na Itália, Sérvia e, mais recentemente, nos Estados Unidos. O Brasil será o hub para exportações a 14 países da América Central e do Sul, responsáveis por 30% das vendas.
“O Brasil é, sem dúvida, um mercado forte para os resultados globais da Farmina. Está na terceira posição em importância mundial para o setor e é nosso hub de negócio para a América Latina”, afirma Angelo Russo, CEO global da Farmina.
A empresa já tem Colômbia, Chile e Uruguai como principais destinos regionais e mira especialmente a Argentina, onde o segmento super premium responde por 30% do consumo pet, contra apenas 8% no Brasil.
Com faturamento de R$ 400 milhões em 2024 (alta de 25% sobre o ano anterior), a Farmina aposta em um portfólio de soluções nutricionais que vai além do alimento tradicional.
São cerca de 300 SKUs divididos em duas famílias:
“Fomos pioneiros no Brasil na produção de alimentação natural para animais de companhia e temos compromisso de buscar, por meio de alimentos de alta qualidade, mais saúde e longevidade aos pets”, afirma Hara.
A história da Farmina Pet Foods começou na Itália, em 1965, quando Francesco Russo fundou a Russo Mangimi, uma empresa voltada para a zootecnia. Durante mais de três décadas, a companhia concentrou suas operações na produção de rações para animais de fazenda, em um modelo de negócios típico da época.
O ponto de virada aconteceu em 1999, quando Angelo Russo, filho do fundador, entrou para o negócio da família. Com visão estratégica e de expansão, ele conduziu a incorporação da marca Farmina, após a aquisição de uma companhia inglesa. Essa mudança marcou a entrada definitiva da empresa no segmento de saúde e bem-estar para pets, com foco em nutrição de alta qualidade para cães e gatos.
A partir daí, a Farmina passou a investir em ciência, inovação e ingredientes naturais como pilares de sua atuação. O objetivo era oferecer alimentos que respeitassem a natureza dos animais e se adaptassem às diferentes fases da vida, com fórmulas livres de conservantes artificiais, proteínas selecionadas e nutrientes funcionais.
O sucesso do novo posicionamento levou à internacionalização da empresa, que hoje conta com fábricas no Brasil, nos Estados Unidos e na Sérvia, além da matriz na Itália. Atualmente presente em mais de 70 países, a Farmina se consolidou como uma referência global em nutrição animal.