Negócios

Gigante do setor solar chinês pede concordata

A Suntech indicou na segunda-feira que estava tentando reestruturar sua dívida, mas a agência Nova China anunciou, nesta quarta, que a empresa havia se declarado em concordata


	Energia Solar na China: apesar do número de painéis solares instalados no mundo bater recordes todos os anos, continua sendo inferior às otimistas projeções realizadas quando essas fábricas foram abertas.
 (Getty Images)

Energia Solar na China: apesar do número de painéis solares instalados no mundo bater recordes todos os anos, continua sendo inferior às otimistas projeções realizadas quando essas fábricas foram abertas. (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2013 às 14h27.

Paris - Depois de ter acabado com a concorrência ocidental, a indústria chinesa de painéis solares acaba de perder sua maior estrela: a Suntech, ex-líder mundial do setor, declarou-se em concordata nesta quarta-feira, uma prova da crise, que também atinge a China.

A Suntech indicou na segunda-feira que estava tentando reestruturar sua dívida, mas a agência Nova China anunciou, nesta quarta, que a empresa havia se declarado em concordata. Um porta-voz da empresa não quis comentar o anúncio da agência oficial de notícias.

A empresa, que é cotada em Wall Street, havia declarado na semana passada uma moratória no vencimento dos bônus que emitiu no valor de 541 milhões de dólares.

Esta crise se acelerou com a queda dos preços dos painéis solares: menos 45% em 2011 e menos 25% em 2012, segundo dados do gabinete IHS.

Considerada há alguns anos uma estrela pelos operadores, a Suntech - que sofreu uma perda de um bilhão de dólares em 2011-, viu sua cotação passar dos 90 dólares no início de 2008 a um mínimo de 0,41 dólar na semana passada.

A crise tem como origem, entre outros fatores, os baixos preços praticados pelos industriais chineses (Yingli, Trina, Canadian Solar...), os quais os Estados Unidos e a União Europeia acusam de praticar dumping.

A situação da Suntech, segundo os analistas, demonstra que a manobra tem seus limites.


Apesar do número de painéis solares instalados no mundo bater recordes todos os anos (31 gigawatts em 2012), continua sendo - devido à crise - inferior às otimistas projeções realizadas quando essas fábricas foram abertas.

A consequência é que essas usinas funcionam em todo o mundo em 50% de sua capacidade e essa porcentagem subirá a apenas dois terços este ano, segundo o IHS. Esse excesso de oferta obrigou os industriais a baixar drasticamente os preços dos painéis para poder continuar funcionando.

Além disso, no caso da Suntech, houve problemas específicos, como uma fraude revelada em julho de 2012, com uma garantia de 680 milhões de dólares que acabou sendo falsa.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaEmpresasEnergiaEnergia solarInfraestrutura

Mais de Negócios

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial

Um erro quase levou essa marca de camisetas à falência – mas agora ela deve faturar US$ 250 milhões

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil