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Gigante do entretenimento vai cuidar do novo teatro num hotel de R$ 1,6 bilhão na serra gaúcha

O teatro faz parte do retrofit do antigo Laje de Pedra, hotel fundado em 1978 e que já foi símbolo da alta sociedade gaúcha

Maquete do empreendimento Kempinski Laje de Pedra 


Foto; Leandro Fonseca
Data: 03/06/2025 (Leandro Fonseca /Exame)

Maquete do empreendimento Kempinski Laje de Pedra Foto; Leandro Fonseca Data: 03/06/2025 (Leandro Fonseca /Exame)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 13 de outubro de 2025 às 17h01.

Um teatro de padrão internacional está nos planos de um dos projetos mais ambiciosos da serra gaúcha: o hotel Kempinski Laje de Pedra, em Canela.

Previsto para 2027, o espaço será operado pela Opus Entretenimento, empresa que cuida de nove teatros pelo Brasil — de São Paulo a Recife.

O teatro faz parte do retrofit do antigo Laje de Pedra, hotel fundado em 1978 e que já foi símbolo da alta sociedade gaúcha.

Depois de anos em declínio, o prédio foi comprado pelos empresários José Paim, José Ernesto Marino e Márcio Carvalho. A nova versão inclui hotelaria de luxo, modelo de multipropriedade e um centro de entretenimento de alto padrão.

A Opus foi escolhida para operar o teatro e assinar a curadoria artística do espaço, que terá temporadas longas, espetáculos fixos e atrações internacionais.

“Nossa visão é oferecer uma experiência completa, com espetáculos de longa temporada, no estilo dos grandes hotéis internacionais”, afirma José Ernesto Marino Neto, sócio-gestor do projeto.

A estrutura do teatro também quer fazer frente às principais casas do país: visibilidade privilegiada de todos os assentos, acústica de última geração, camarins, áreas técnicas e serviços de gastronomia comandados pela cozinha do próprio Kempinski.

Proprietários do complexo e hóspedes terão prioridade na compra de ingressos e acesso a eventos exclusivos.

Cultura como diferencial de marca

A escolha da Opus faz parte da estratégia do grupo de colocar a cultura no centro da experiência do hóspede e do investidor.

“Este teatro tem tudo para se tornar um dos mais inovadores do Brasil, unindo estrutura de excelência e uma proposta artística diferenciada”, diz Carlos Konrath, presidente do conselho da Opus.

“Nosso compromisso é proporcionar vivências memoráveis e posicionar a Serra Gaúcha como um dos principais destinos culturais do país.”

Com quase 50 anos de atuação, a Opus é a maior plataforma de shows e entretenimento ao vivo do Brasil. Administra teatros como o Bradesco (SP), o Vivo Rio (RJ) e o RioMar (Recife e Fortaleza), e já promoveu turnês de nomes como Guns N’ Roses, Norah Jones, Avril Lavigne e Disney On Ice.

Entre espetáculos e butiá

O teatro não é o único atrativo que o novo Laje de Pedra quer entregar.

Ao todo, o projeto prevê 360 unidades residenciais — vendidas inteiras ou por fração —, nove operações gastronômicas, quatro piscinas, spa, centro de convenções, enfermaria com telemedicina, lojas e o teatro agora anunciado.

Algumas dessas experiências já começaram a ser ativadas antes mesmo da inauguração.

Um exemplo é a churrascaria 1835, aberta temporariamente no que será a garagem do hotel, com foco na gastronomia típica do Sul. O cardápio mistura cortes tradicionais com inovações como salada de folhas na brasa e pudim de butiá, fruta típica da região.

“A gente apostou na cultura gaúcha como diferencial. Enquanto todo mundo aqui finge ser a Europa, a gente resolveu ser a Serra”, disse José Paim em entrevista anterior à EXAME.

Com a parceria com a Opus, o Kempinski Laje de Pedra reforça essa proposta — e amplia o desafio: manter uma programação cultural de peso fora dos grandes centros urbanos.

A resposta, segundo os sócios, virá com uma entrega que una luxo, identidade local e uma agenda que valha a viagem.

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