Carlos Ghosn: executivo queria filme que falasse que ele é inocente diante das acusações (Pascal Le Segretain/Getty Images)
EFE
Publicado em 2 de janeiro de 2020 às 21h52.
Última atualização em 4 de janeiro de 2020 às 10h20.
Nova York - O executivo brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente da aliança entre as montadoras Nissan e Renault que fugiu do Japão onde enfrentava um julgamento por ser acusado de cometer irregularidades financeiras, entrou em contato com um importante produtor de Hollywood para discutir a possibilidade de fazer um filme sobre sua vida.
A informação foi divulgada pelo jornal "The New York Times", que afirmou que Ghosn conversou em dezembro com John Lesher, um dos produtores de "Birdman", vencedor do Oscar de melhor filme em 2015. O executivo queria levar às telonas o que considera como um tratamento injusto por parte da Justiça do Japão.
Fontes que preferiram não se identificar disseram ao "Times" que o filme também falaria sobre os esforços do brasileiro para provar que é inocente. As conversas entre Ghosn e Lesher eram preliminares e o projeto não chegou a ser detalhado por eles.
Não se sabe quando o executivo começou a planejar a fuga do Japão para o Líbano, mas Lesher foi uma das várias pessoas com quem Ghosn conversou nos últimos meses sobre como lutar contra o sistema judicial do país.
Ghosn também quis saber como outras pessoas enfrentaram casos similares ao dele. Em julho, ele se reuniu com Jake Adelstein, um jornalista americano que acompanha de perto a Justiça do Japão.
Adelstein publicou recentemente um livro sobre Mark Karpeles, ex-diretor da empresa de venda de criptomoedas Mt.Gox que passou cinco anos enfrentando um caso no qual era acusado de falsificar dados. Ele foi condenado em março a dois anos e meio de prisão, mas a pena foi suspensa.
Ghosn aguardava o julgamento de seu caso em liberdade depois de pagar fiança. No entanto, a expectativa é que o executivo brasileiro fosse condenado a passar um longo tempo na cadeia.
A emissora pública japonesa "NHK" informou hoje que Ghosn tinha dois passaportes franceses e usou um deles para entrar legalmente no Líbano.
Ele chegou a Beirute em um avião particular, vindo da Turquia, onde sete pessoas foram presas por suspeita de facilitar a fuga do executivo brasileiro para o Líbano.