Capitão Nascimento, cena do filme Tropa de Elite 2: a palavra justo não existe no dicionário do personagem (Divulgação)
Daniela Barbosa
Publicado em 7 de julho de 2011 às 01h01.
São Paulo - Muito se houve falar que líderes eficazes são aqueles que tratam seus funcionários com dignidade, respeito e coerência. Mas tal comportamento tem seu preço e pode comprometer o desempenho de um gestor dentro de uma companhia.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Harvard Business Review, gestores justos normalmente são visto pelos seus funcionários e pela própria companhia como pessoas sem poder e com menos respeito.
O estudo avaliou a postura de algumas companhias por meio de questionários respondidos por elas e foi comprovado que para exercer cargos mais altos o poder tem mais importância que o senso de justiça.
Além disso, o estudo realizou na prática a análise das decisões tomadas por perfis de gestores diferentes: o justo e o rude. Em um dos exemplos foi feita uma simulação dos gestores instruindo seus funcionários a respeito de uma decisão de compensação. Dividido em dois grupos, o líder rude foi mais bem pontuado na avaliação das pessoas que participaram do laboratório.
Um caso concreto também foi usado para corroborar o estudo. O exemplo aconteceu na Pfizer, no início dos anos 2000, quando dois executivos foram indicados para o cargo de CEO da companhia.
Os dois executivos possuíam perfis completamente diferentes, um era agressivo em suas decisões, o outro justo. Na época, o candidato mais áspero ficou com a vaga, pois foi considerado o cara certo para assumir o controle.
A pesquisa, no entanto, defende que as companhias podem se beneficiar com o valor da justiça, embora o caminho seja árduo. Mas dificilmente será possível aliar muito poder com justiça.