Estacionamento: até o fim do ano, a Indigo terá sob sua gestão 200 estacionamentos (140.000 vagas) no país (QUATRO RODAS)
Luísa Melo
Publicado em 1 de agosto de 2016 às 15h39.
São Paulo - A gestora francesa de estacionamentos Indigo, antiga Moving|Vinci Park, vai investir 400 milhões de reais no Brasil até 2019.
A empresa é a segunda maior do ramo no país, atrás apenas da Estapar, controlada pelo BTG, segundo ela mesma.
A companhia administra 170 garagens, localizadas em 39 cidades de 15 estados. Entre as maiores operações, estão a da São Paulo Expo, com capacidade para 5.000 carros, e do D. Pedro Shopping, em Campinas, para 8.000.
Ao todo, são 120.000 vagas, 75% delas concentradas nos segmentos de shoppings, universidades e hospitais.
Segundo Fernando Stein, presidente da Indigo no Brasil, o plano de investimentos foi anunciado antes da deterioração do cenário econômico no país, mas o setor tem potencial para crescer mesmo na crise.
"Temos 42 milhões de veículos circulando. Ainda que a frota cresça 1% ao ano, serão mais meio milhão de carros. O Brasil não tem estrutura para isso, há muitas obras que ainda precisam ser feitas. Em paralelo, a violência aumenta. As pessoas não estacionam mais na rua", disse.
Objetivos
De acordo com o executivo, o propósito da Indigo é se tornar a marca mais conhecida (mas não a maior) do setor até 2017.
No ano passado, o faturamento anualizado no país (running rate) foi de 195 milhões de reais, ante 85 milhões de reais em 2014.
Para este ano, a meta é ter receitas anualizadas de 430 milhões de reais, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 53 milhões de reais. A dívida soma 30 milhões de reais atualmente.
"Não queremos ter um faturamento de 1 bilhão de reais, mas sim de 500 milhões, com margens maiores e capilaridade", afirmou Stein.
Para chegar lá, a ideia da companhia é aportar 100 milhões de reais por ano. Em 2016, quase metade dessa quantia já foi gasta na construção de estacionamentos em shoppings e em sistemas de tecnologia.
Outra parte ainda será utilizada para a "monetização de contratos".
Pelo regime de concessão privada, parte da receita obtida com os estacionamentos é repassada pela Indigo ao proprietário do empreendimento. A monetização consiste no pagamento antecipado desse faturamento que a operação deve gerar ao longo dos anos, trazido a valor presente.
"Com a falta de recursos hoje no Brasil, essa opção tem sido bastante usada", comenta Stein.
A partir de setembro, a Indigo também vai lançar serviços tecnológicos voltados ao consumidor, como aplicativos integrados e totens dentro das garagens.
Além disso, em 2015, ela investiu 50 milhões de reais. No valor, está incluída a compra de 100% da Prisma Park, ampliando sua presença no nicho de hospitais. Outras aquisições não estão no radar, segundo Stein.
A Indigo
No mundo todo, a Indigo tinha o nome de Vinci Park até o último dia 18 julho. Ela faz parte do grupo francês Vinci, que atua principalmente no setor de construção.
A empresa chegou ao Brasil em 2013, quando comprou 50% da companhia gaúcha Moving, fundada em 2010 por Fernando Stein, e passou a ser chamada de Moving|Vinci Park.
A nova marca surge para unificar as nomenclaturas locais e facilitar a expansão da companhia.
Globalmente, ela opera mais de 4.000 estacionamentos, num total de mais de 2 milhões de vagas, em 500 cidades de 17 países.
Também tem mais de 2.500 quilômetros de estacionamento em vias públicas sob sua gestão. No ano passado, a receita mundial foi de 795 milhões de euros.
Dos 16.000 funcionários no planeta, 2.500 estão no Brasil. Até o fim do ano, o número de estacionamentos no país deve chegar a 200, com 140.000 vagas.