Uma das unidade de laminação da Gerdau: empresa registrou melhora no lucro do primeiro trimestre. (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.
São Paulo - A maior fabricante de aços longos das Américas, Gerdau, divulgou nesta quinta-feira sensível melhora no lucro do primeiro trimestre em relação ao obtido um ano antes, favorecida por uma base de comparação fraca e aumento de vendas no mercado interno e América do Norte.
A companhia registrou lucro líquido de 573 milhões de reais nos três primeiros meses de 2010, após resultado positivo de 35 milhões de reais um ano antes, que foi fortemente impactado pela queda na demanda por aço após a crise financeira internacional.
Analistas consultados pela Reuters estimavam, em média, lucro líquido de 554 milhões de reais no primeiro trimestre, com as previsões variando de 458 milhões a 731,7 milhões de reais.
A alta do lucro da empresa teria sido maior, não fosse a valorização do dólar sobre o real, que fez o resultado positivo da operação brasileira, sem considerar aços especiais, cair 29 por cento sobre o primeiro trimestre de 2009, para 337 milhões de reais. Se no início do ano passado essa variação cambial gerou ganho de 160 milhões de reais para a operação, este ano houve perda de 76 milhões.
A apreciação da moeda norte-americana no início de 2010 também afetou a comparação com o quarto trimestre, gerando queda de 27 por cento no lucro líquido da operação brasileira.
A produção da companhia disparou 71 por cento nos três primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2009, para 1,68 milhão de toneladas de aço bruto. O desempenho foi puxado por desempenhos expressivos no Brasil, América do Norte e da área de aços especiais, uma das mais afetadas pela crise.
No Brasil, a produção da Gerdau, primeira grande siderúrgica do país a divulgar resultado de primeiro trimestre, a produção quase dobrou, saindo de 879 mil toneladas em 2009 para 1,68 milhão nos três primeiros meses de 2010.
A América do Norte viu um aumento de 52 por cento, para 1,59 milhão de toneladas, enquanto aços especiais, que produz aço para o setor de veículos por exemplo, disparou 148 por cento, a 771 mil toneladas.
O desempenho da produção de aço bruto da América do Norte foi inclusive 37 por cento maior na comparação com o quarto trimestre, sinalizando melhora no fraco mercado norte-americano. Quanto a Brasil, a produção teve leve aumento de 1 por cento nesta comparação, enquanto aços especiais apresentou incremento de 16 por cento. O ponto negativo foi para a divisão América Latina, que apresentou queda de 10 por cento sobre os três últimos meses de 2009.
Vendas em alta
Em vendas, a Gerdau também teve forte desempenho, exibindo crescimento de 32 por cento na comparação anual, para 4,053 milhões de toneladas.
Brasil vendeu 40 por cento mais ou 1,53 milhão de toneladas e as vendas para o mercado interno dispararam 60 por cento apesar do câmbio, para 1,15 milhão de toneladas. As exportações, por sua vez, subiram 1 por cento, para 378 mil toneladas.
Apesar da sensível alta nos volumes vendidos, a receita líquida da companhia, de 7,1 bilhões de reais, encerrou o primeiro trimestre com uma alta de ligeiros 2 por cento na frente o início de 2009. Esse resultado foi afetado "parcialmente por redução de 23 por cento na receita líquida por tonelada, resultante, principalmente, da valorização de 22 por cento do real frente ao dólar no período e por variações no mix de produtos vendidos", afirma a Gerdau no balanço.
Frente ao quarto trimestre, a receita líquida cresceu 12 por cento.
A média de previsões de seis analistas consultados pela Reuters era de faturamento de 7,33 bilhões de reais.
A geração de caixa medida pelo Ebitda mais que dobrou, de 599 milhões para 1,4 bilhão de reais enquanto a margem passou de 9 para 20 por cento.
A melhora da margem foi apoiada com esforço de corte de custos ao longo de 2009, que produziu como resultado uma queda de 8 por cento nos custos com vendas no primeiro trimestre. Com isso, a participação das despesas com vendas, gerais e administrativas em relação à receita líquida caiu de 9 para 7 por cento.
A empresa mantém plano de investimentos de 9,5 bilhões de reais entre 2010 e 2014, sendo o principal deles já aprovado um laminador de chapas grossas com capacidade para 1 milhão de toneladas com início previsto para 2012.
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