Gerdau: a votação no Carf empatou em 5 a 5 e a questão foi decidida pelo chamado "voto de qualidade" do presidente do Conselho, Carlos Alberto Barreto (Germano Luders/Exame)
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2016 às 14h15.
Brasília - O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) decidiu nesta quarta-feira contra a Gerdau em quatro casos que tratam de questionamentos tributários que são estimados no mercado em quase 4 bilhões de reais.
O questionamento refere-se ao ágio de operações de rearranjo societário interno do grupo Gerdau, que o Carf entendeu que não são passíveis de abatimento de Imposto de Renda e Contribuição Social para Lucro Líquido (CSLL). A decisão não reconheceu que a Gerdau teria direito aos benefícios fiscais alegados.
O advogado da Gerdau Plinio Marafon, que acompanhou a votação no Carf, disse que a empresa vai recorrer. "A tendência é apresentar um embargo (no próprio Carf) e ir à Justiça", disse Marafon.
A votação no Carf empatou em 5 a 5 e a questão foi decidida pelo chamado "voto de qualidade" do presidente do Conselho, Carlos Alberto Barreto.
Analistas do JPMorgan estimaram mais cedo o montante envolvido nessas ações da Gerdau no Carf em 3,7 bilhões de reais. Questionado a respeito, Marafon não contestou o número.
As ações da Gerdau chegaram a cair 6 por cento logo após a decisão, mas às 13h58 devolviam parte das perdas, recuando 3,2 por cento, enquanto o Ibovespa mostrava desvalorização de 0,5 por cento.
Os analistas do JPMorgan afirmaram em nota a clientes que boa parte do efeito da derrota da empresa no Carf "já estava precificada" pelo mercado. Os analistas citaram ainda que seguem com recomendação "overweight" (acima da média do mercado) para as ações da empresa diante de "melhores perspectivas dentre os nomes de aço no Brasil".
O julgamento ocorreu em meio às investigações da Polícia Federal sobre um suposto esquema de propina no Carf para beneficiar empresas, incluindo a Gerdau, com decisões favoráveis.