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Gerdau registra queda de 74% no lucro líquido do 4º trimestre

Recuo de preços de aço e menor demanda derrubaram o lucro do grupo siderúrgico

Gerdau: produção de aço bruto despencou 33% no período e as vendas recuaram 28% (Paulo Fridman/Bloomberg)

Gerdau: produção de aço bruto despencou 33% no período e as vendas recuaram 28% (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 12h13.

São Paulo — O grupo siderúrgico Gerdau teve queda de 74% no lucro líquido do quarto trimestre de 2019 sobre o mesmo período do ano anterior, pressionado por queda nos preços internacionais do aço e demanda menor pelos produtos da divisão de aços especiais no Brasil e nos Estados Unidos.

A companhia teve lucro líquido de 102 milhões de reais nos três últimos meses do ano passado, ante previsão média de analistas compilada pela Refinitiv de 362 milhões de reais.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 19,4% no período, para 1,13 bilhão de reais, ficando também abaixo da expectativa média do mercado, de 1,31 bilhão, segundo a Refinitv.

A produção de aço bruto da divisão de aços especiais, voltada para indústrias como automotiva e petrolífera, despencou 33% no período e as vendas recuaram 28%. Com isso, o Ebitda da unidade desabou 50%, para 113 milhões de reais e a margem retrocedeu de 11,4% para 8,1%.

A Gerdau afirmou que no Brasil a produção caiu por causa de parada em usina de Mogi das Cruzes (SP) e as vendas tiveram queda por causa da contínua redução das exportações da indústria de veículos nacional, que tem a Argentina como seu principal cliente.

Nos Estados Unidos, a divisão de aços especiais produziu e vendeu menos "em virtude da menor demanda no setor de óleo e gás e da redução na produção automotiva no período", afirmou a Gerdau.

Fora da divisão de aços especiais, a Gerdau teve crescimento nas vendas de aços longos, voltados para a indústria de construção civil. As vendas no mercado interno da unidade "Brasil" da Gerdau subiram 14% no quarto trimestre sobre um ano antes, puxadas pelo incremento de 15% no volume de longos e de 11,4% no de planos.

Segundo a Gerdau, este movimento evidencia "melhor demanda nos mercados de construção civil e da indústria. Vale ressaltar que as vendas de concreto armado (vergalhão e corte e dobra) aumentaram 17% e as vendas de chapas grossas aumentaram 36% no mesmo período".

Apesar disso, o Ebitda ajustado da operação Brasil da Gerdau caiu 16% e a margem recuou de 16,4% no quarto trimestre de 2018 para 13,4% nos últimos três meses de 2019.

A Gerdau terminou o ano passado com relação dívida líquida sobre Ebitda de 1,67 vez, redução ante o nível de 1,71 vez do fim de 2018 e do múltiplo de 1,96 vez ao final de setembro.

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