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Gerdau mira exterior com investimento de até US$ 20 bi

Empresa deve investir de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões em sua estratégia internacional nos próximos dez anos


	Operação da Gerdau: o executivo explicou que os detalhes de como os recursos serão aplicados ainda dependem de uma maior definição da política internacional do governo
 (Germano Lüders/EXAME)

Operação da Gerdau: o executivo explicou que os detalhes de como os recursos serão aplicados ainda dependem de uma maior definição da política internacional do governo (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 13h19.

Rio - A Gerdau deve investir de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões em sua estratégia internacional nos próximos dez anos, informou, nesta quarta-feira, 12, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração da companhia.

Apesar de estimar o montante, o executivo explicou que os detalhes de como os recursos serão aplicados ainda dependem de uma maior definição da política internacional do governo federal.

"A Gerdau vai provavelmente nos próximos dez anos investir US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões na sua estratégia internacional. Mas aí eu me pergunto se devo seguir na Gerdau uma política de Mercosul ou devo seguir política dos Pacíficos assim como os EUA? Você não tem essa definição", disse Gerdau para uma plateia majoritariamente de empresários no auditório da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

"Tem que ver como vai o mercado, mas no fundo a macroestratégia é que, se não em 10 anos, (investiremos) em 15 ou 20 anos. O problema é conceitual, dizer como é importante planejar em longo prazo."

A cobrança por definições já havia ditado boa parte do discurso de Gerdau. Durante uma hora, o empresário falou sobre a importância de melhorar a governança e a gestão no governo federal, para que o País retome os investimentos, a geração de empregos e o crescimento.

As mudanças também passam por viabilizar maior competitividade das empresas brasileiras no exterior, diante de uma carga tributária onerosa e da moeda local ainda valorizada em relação ao dólar.

Para começar a derrubar tais obstáculos, Gerdau cobrou definições do governo. "As macropolíticas do país passam pelas macrodefinições. Eu tenho de definir onde quero chegar com as relações internacionais com o Itamaraty, como quero trabalhar política de fronteiras, como eu quero trabalhar minha logística a longo prazo, seja o que for."

Segundo o executivo, há no Brasil uma lacuna de R$ 660 bilhões em termos de investimento em infraestrutura. Hoje, porém, o investimento realizado por ano nesta área gira em torno de R$ 8,5 bilhões.

"Tenho até certa vergonha", disse Gerdau ao citar o número, apontado em estudo da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) com a Accenture e o Movimento Brasil Competitivo (MBC) - do qual Gerdau foi presidente fundador.

"A presidenta Dilma, quando viu que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não anda, decidiu fazer a mudança de concessões. Só que os tecnocratas do governo levaram quase dois anos para definir quem ganhava ou não ganhava", criticou o executivo.

"É o mercado que define quem ganha ou não ganha. Pode haver a intenção, mas quem define no fim é o mercado."

Além das questões econômicas e de infraestrutura, Gerdau citou a educação como um dos grandes desafios do País nos próximos anos. Segundo ele, o grau de instrução e a qualidade do ensino também são importantes para aumentar a competitividade brasileira.

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