Negócios

Gerdau e Usiminas seguem CSN e investem em jazidas próprias

Forte reajuste do minério de ferro leva as principais siderúrgicas brasileiras a buscar auto-suficiência na matéria-prima

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A escalada do preço do minério de ferro no mercado mundial levou as siderúrgicas brasileiras a investirem em fontes próprias de matéria-prima. Além da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), proprietária da cobiçada mina de Casa de Pedra, a Usiminas e a Gerdau também anunciaram, nas últimas semanas, projetos para expandir sua produção de minério de ferro.

Após uma acirrada disputa com pesos-pesados da mineração mundial, como a australiana BHP, a Usiminas fechou a compra da mineradora J.Mendes, em Minas Gerais, por 925 milhões de dólares. Anunciado no início de fevereiro, o negócio garantirá 84% do ferro consumido pela Cosipa - controlada da Usiminas e instalada em Cubatão, no litoral paulista. A usina de Ipatinga, em Minas Gerais, não será abastecida pela J.Mendes por motivos de logística.

A Usiminas planeja investir 750 milhões de dólares, em duas etapas, para ampliar a capacidade das minas e gerar um excedente para a venda no mercado interno e para exportação. Até 2013, a capacidade da J.Mendes deve passar dos atuais 6 milhões de toneladas por ano para 13 milhões, com um investimento de 150 milhões de dólares. Na segunda etapa, uma nova planta deve ser construída, elevando a capacidade para 29 milhões de toneladas. Essa fase consumirá os demais 600 milhões de dólares do orçamento.

A J.Mendes possui quatro jazidas na região de Serra Azul, em Minas Gerais: Somisa, Globa/Camargos, J.Mendes e Pau de Vinho. As reservas totais podem alcançar 1,4 bilhão de toneladas - para comparação, a Casa de Pedra da CSN tem reservas comprovadas de 1,6 bilhão de toneladas. Segundo a Usiminas, o volume seria suficiente para atender a demanda por 25 anos.

Gerdau

Conhecida pelo uso intensivo de sucata como matéria-prima para seus fornos elétricos, a Gerdau também decidiu investir pesado no aumento da produção de minério de ferro. O objetivo é assegurar 80% da demanda de sua controlada Açominas, instalada em Ouro Branco (MG).

Para tanto, a Gerdau vai investir 120 milhões de dólares entre 2008 e 2010 para ampliar a produção de quatro jazidas que possui em Minas Gerais: Miguel Burnier, Várzea do Lopes, Gongo Soco e Dom Bosco.

Com reservas de 1,8 bilhão de toneladas, as minas deverão suprir 30% da demanda da Açominas neste ano. Hoje, a siderúrgica necessita de 9,4 milhões de toneladas anuais de ferro, incluindo as plantas de Divinópolis e Barão de Cocais. Em 2009, as minas da Gerdau deverão responder por 45% do consumo, saltando para 80% no ano seguinte.

No futuro, as minas também poderão abastecer as operações siderúrgicas da Gerdau no Peru (Siderperu), e na Índia (SJK Steel). A empresa descarta, porém, a busca de jazidas de minério de ferro em outros países. A intenção é manter a produção desse insumo no Brasil.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Como o supermercado carioca Guanabara se tornou um império de R$ 6 bilhões com preço baixo

Eles apostaram US$ 1 milhão e hoje faturam US$ 550 mil por ano com cinema antigo

De olho na próxima geração de líderes, Saint Paul lança graduação inédita em Administração

Com nova experiência, Smiles dobra oferta de hotéis que rendem milhas