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Geradora eólica do Denham Capital mira energia solar no Brasil

O movimento do fundo evidencia o apetite de investidores internacionais por ativos de geração renovável no Brasil mesmo em meio à crise

Energia eólica: a Rio Energy já implementou cerca de 260 megawatts em usinas eólicas no Brasil (Mimadeo/Getty Images)

Energia eólica: a Rio Energy já implementou cerca de 260 megawatts em usinas eólicas no Brasil (Mimadeo/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 10 de julho de 2017 às 15h47.

Última atualização em 10 de julho de 2017 às 17h10.

São Paulo - A Rio Energy, que tem investido em usinas eólicas no Brasil desde 2012, pretende ampliar a atuação também para geração solar, o que poderá acontecer com participação em leilões públicos para contratação de novos empreendimentos ou mesmo via aquisições, disse o diretor financeiro da geradora controlada pelo fundo norte-americano Denham Capital.

O movimento do fundo de private equity, que já levantou mais de 9 bilhões de dólares para aportes em ativos de energia e mineração em diversos países, evidencia o apetite de investidores internacionais por ativos de geração renovável no Brasil mesmo em meio à crise econômica e política do país.

A Rio Energy já implementou cerca de 260 megawatts em usinas eólicas no Brasil e tem mais cerca de 220 megawatts em construção, em investimentos que totalizam cerca de 3 bilhões de reais.

"O interesse no Brasil é muito alto. O que a gente conseguiu fazer no mercado de 2012 para cá a gente gostaria de replicar ou fazer ainda mais nos próximos cinco anos", disse à Reuters Roberto Colindres, diretor Financeiro, de Novos Negócios e Sustentabilidade.

"O apetite continua grande e a gente está trabalhando para realizar isso", acrescentou.

Ele disse que a empresa possui cerca de 1 gigawatt em novos projetos a serem inscritos em leilão e aguarda a retomada das licitações ainda este ano, após o governo não contratar novas usinas renováveis em 2016 devido à queda na demanda por eletricidade em meio à recessão.

Mas, enquanto as licitações não voltam, a empresa tem avaliado uma série de oportunidades de aquisição disponíveis no mercado, tanto de usinas eólicas quanto de solares.

"A gente olha para as aquisições de uma forma bastante oportunística. Nosso objetivo não é ser o maior, ou ter 'X' megawatts, a gente quer projetos com bons retornos e de alta qualidade, e a gente tenta sempre se posicionar para poder aproveitar as oportunidades no mercado", disse Colindres.

Ele afirmou que o foco da Rio Energy em eventuais aquisições é em projetos que estão apenas no papel ou usinas que já possuem contrato de longo prazo para venda da produção, mas ainda não concluíram obras.

"A gente vê projetos em todas as fases saindo para mercado... para a Rio Energy, provavelmente seriam (alvo de aquisição) projetos pré-PPA (contrato de comercialização da energia) ou com PPA, mas antes da conclusão da construção. A gente entende que nessa fase a gente consegue agregar mais valor nos projetos", explicou o executivo.

Obras em curso

Atualmente, a Rio Energy constrói na Bahia o complexo eólico Serra da Babilônia, com cerca de 220 megawatts.

A companhia prevê entregar o empreendimento em operação plena em outubro de 2018, pouco antes da obrigação contratual, que é novembro.

As usinas do complexo utilizarão aerogeradores da alemã Wobben Enercon, segundo o diretor financeiro, que prevê realizar nos próximos 12 meses uma captação de cerca de 200 milhões de reais com debêntures para financiar a construção.

"Estamos em vias de receber o primeiro desembolso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a gente pretende também emitir debêntures de infraestrutura", disse.

(*Texto corrigido às 17h10: corrige o cargo do executivo no 4º parágrafo, esclarecendo que ele não acumula a área jurídica, diferentemente do informado anteriormente)

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