Vacina: gêmeos enriqueceram com participação em companhia alemã (Siphiwe Sibeko/Reuters)
Tamires Vitorio
Publicado em 15 de novembro de 2020 às 14h04.
O rali das bolsas impulsionado pelos resultados promissores do ensaio da vacina contra a covid-19 da Pfizer aumentou as fortunas de muitos investidores, mas nada comparado ao embolsado pelos irmãos Andreas e Thomas Struengmann, da Alemanha.
Juntos, os gêmeos aumentaram o patrimônio em US$ 8 bilhões neste ano devido à participação na BioNTech, parceira da Pfizer no desenvolvimento da vacina. Os recibos de depósito da BioNTech se valorizaram nesta semana depois que a farmacêutica dos EUA divulgou que a vacina em desenvolvimento evitou 90% das infecções sintomáticas em dezenas de milhares de voluntários.
Com US$ 22 bilhões, os gêmeos têm uma das maiores fortunas no setor de saúde do mundo, de acordo com o Índice de Bilionários Bloomberg. Os irmãos, de 70 anos, formaram seu império reinvestindo os lucros dos negócios de medicamentos genéricos da família.
Eles “reformularam sua fortuna simplesmente acreditando na ciência”, disse Paul Westall, cofundador da empresa de recrutamento de family office Agreus.
Os irmãos Struengmann não responderam a pedidos de comentário.
Os irmãos fundaram seu family office Athos Service logo após a Novartis anunciar em 2005 a compra de sua farmacêutica Hexal, juntamente com a participação que tinham na afiliada EON Labs por um total de 5,7 bilhões de euros (US$ 6,7 bilhões).
Thomas Struengmann disse em dezembro em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt que os irmãos inicialmente haviam prometido a si mesmos que não investiriam mais de 1 bilhão de euros no setor de biotecnologia, por causa dos riscos e da paciência necessária. Acabaram ultrapassando esse limite depois de verem sinais promissores.
“Você quer ver suas plantinhas continuarem crescendo”, disse.
A aposta dos gêmeos na BioNTech resume a ambição de financiar medicamentos transformacionais. Eles ajudaram a fornecer à BioNTech 150 milhões de euros em capital inicial em 2008 e agora possuem cerca de metade da empresa.
A alta das ações também impulsionou a fortuna do CEO da BioNTech, Ugur Sahin, para mais de US$ 4 bilhões, de acordo com o índice Bloomberg, e agora o executivo está mais perto de entrar para o clube das 500 pessoas mais ricas do mundo.