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GE investe em energia eólica no Nordeste

Segundo o gerente geral de Renováveis da GE Power & Water, Jean-Claude Robert, a companhia investirá em torno de US$ 5 milhões na construção de uma fábrica de aero geradores

Força da natureza: o Nordeste, com parques como o de Gravatá, em Pernambuco, é o maior polo gerador do país (Wikimedia Commons)

Força da natureza: o Nordeste, com parques como o de Gravatá, em Pernambuco, é o maior polo gerador do país (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2013 às 10h27.

Rio de Janeiro - De olho no crescimento da indústria de energia eólica no Brasil nos próximos anos, a GE planeja uma série de novos investimentos para consolidar sua posição como uma das principais fornecedoras de equipamentos eólicos do País. O entusiasmo da multinacional e as declarações sobre novos projetos para o mercado brasileiro coincidem com um período em que o setor vive momentos de incerteza.

Segundo o gerente geral de Energias Renováveis da GE Power & Water, Jean-Claude Robert, a companhia investirá em torno de US$ 5 milhões na construção de uma fábrica de aero geradores, cujas obras devem ter início ainda no segundo semestre deste ano.

O executivo não revela detalhes sobre a capacidade produtiva e a localização da nova unidade, mas diz que a intenção da companhia é que a instalação esteja concluída até o dia 1º de janeiro de 2015. Esse é o prazo determinado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que os fabricantes passassem a produzir os componentes de alta complexidade de um projeto eólico no Brasil para que sejam credenciados ao Finame, uma linha especial de crédito do BNDES para a produção e a aquisição de máquinas e equipamentos novos.

No fim do ano passado, o banco estabeleceu novas regras para o Finame com o objetivo de estimular um maior nível de nacionalização dos equipamentos eólicos. Robert explicou que a companhia já produzia as torres, o ‘hub’ e as pás dos parques eólicos no Brasil. "Hoje, a GE já atende as regras atuais do Finame", assegurou. O executivo citou como exemplo do aproveitamento de conteúdo nacional a parceria com a empresa brasileira Tecsis, de quem a GE adquire as pás eólicas para a instalação dos empreendimentos.

Considerando que a participação da energia eólica na matriz elétrica saltará do atual 1,69% para 5,5% em 2017, de 2,09 mil MW de capacidade instalada para 8,8 mil MW, segundo os dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica), Robert afirmou que a nova fábrica de aerogeradores atenderá, inicialmente, a demanda do mercado brasileiro.

Porém, o executivo não descarta a possibilidade de a instalação servir, no futuro, para suprir a demanda de outros países da região. "A fábrica terá capacidade de expansão. Só que tudo dependerá de quanto o Brasil vai querer contratar de energia eólica nos leilões", argumentou. Até o fim do ano, a GE terá mais de 1 mil MW de turbinas eólicas instaladas no Brasil em operação comercial.

Competitividade

Caso o Brasil se torne uma plataforma de exportação de equipamentos eólicos para os outros países, o executivo explicou que essa produção terá de ser competitiva. Isso porque, além de competir com os produtos de outras marcas, a unidade brasileira terá que concorrer também com as fábricas da própria GE em países como EUA e China.


Além da fábrica, a GE inaugurou na sexta-feira, 28, na Bahia, seu primeiro centro de serviços de energia eólica no País, com investimento de US$ 1,5 milhão. O suporte à indústria eólica no País também virá do novo Centro de Pesquisas Global, em fase de construção no Rio de Janeiro, a quinta instalação do tipo da GE no mundo. Segundo o executivo, a companhia vem trabalhando no sentido de adaptar as suas turbinas às características dos ventos brasileiros.

Todos esses investimentos da GE em energia eólica acontecem em um momento de grande incerteza da fonte no País. Excluídos do leilão de energia nova A-5 deste ano, os investidores eólicos viram o governo também adotar regras mais restritivas para a fonte nos leilões A-3 e de energia de reserva. Para participar dos certames, o governo só habilitará projetos que possuem garantia de conexão com a malha de transmissão.

Apesar do ambiente mais volátil, Robert reforçou a aposta da GE no mercado brasileiro de eólica e afirmou que a indústria se beneficiaria muito se a demanda anual pela fonte variasse entre 1,5 mil MW e 2,5 mil MW. "Vemos o mercado de energia eólica muito quente e todo mundo está se preparando para o leilão", disse o executivo, em referência ao leilão de energia de reserva, marcado para agosto deste ano e que será exclusivo para eólicas.

No início deste mês, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) informou que 16 mil MW de projetos eólicos foram cadastrados para o certame, mas o número deve cair de forma substancial por causa da regra de garantia de conexão ao sistema de transmissão.

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