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Gaúcha Agidesk capta com BR Angels para expandir IA para todas as empresas; veja como

Eles querem que a inteligência artificial ajude a automatizar os processos e pedidos internos das organizações

Bruno Ukoski, Veridiana Cavalheiro, Ricardo Karam e Juliano Murlick, da Agidesk: startup criada no Rio Grande do Sul em 2019 recebe segundo aporte (Diego Larré/Divulgação)

Bruno Ukoski, Veridiana Cavalheiro, Ricardo Karam e Juliano Murlick, da Agidesk: startup criada no Rio Grande do Sul em 2019 recebe segundo aporte (Diego Larré/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 15h01.

Última atualização em 24 de janeiro de 2024 às 15h42.

Organizar os fluxos e os processos de trabalho das empresas, usando cada vez mais inteligência artificial. Em poucas palavras, é isso que a gaúcha Agidesk, criada em 2019, faz.

E ela não está sozinha nisso. Nos últimos anos, proliferaram startups que digitalizam e automatizam os processos empresariais. Globalmente, estrangeiras como Zendesk e ServiceNow já faturam bilhões de reais nessa seara. 

Apesar disso, a Agidesk quer entrar na briga. O primeiro passo é se tornar mais conhecida nacionalmente. E acaba de receber uma ajuda para acelerar essa etapa. 

A startup acaba de captar R$ 4,5 milhões, num investimento liderado pelo BR Angels, um dos principais grupos de investimento-anjo do país. O aporte também teve participação da Bossa Invest, casa de venture capital que já havia investido R$ 1 milhão na Agidesk no primeiro semestre de 2022. 

Além do marketing, o dinheiro será usado para aumentar o tamanho das áreas de vendas e de tecnologia da startup gaúcha. 

Como a Agidesk nasceu

Na liderança da Agidesk estão dois gaúchos que se conheceram trabalhando juntos numa empresa de softwares. Veridiana Cavalheiro vendia os produtos que Bruno Ukoski ajudava a desenvolver. Quando Bruno teve a ideia de fazer uma plataforma para gestão do trabalho das empresas, logo pensou que Veridiana era o nome certo para ajudar a vender a solução. Viraram os fundadores da startup. 

Hoje, a Agidesk é uma plataforma que agrega vários serviços que, de alguma forma, organizam o dia a dia de uma empresa. Por lá, é possível abrir chamados para a equipe de TI, tirar dúvidas com RH e protocolar solicitações a diversas áreas da empresa.

“O que tivemos de inovador foi fazer uma plataforma incremental, em que conseguimos ir incrementando tecnologia constantemente, diferente de nossos concorrentes que tinham soluções mais engessadas”, diz Veridiana. “Um exemplo disso é que nosso sistema de implantação na empresa leva 30 dias, bem menos que a média do mercado”.

Nesse universo, a inteligência artificial entra para ajudar a automatizar esses pedidos e identificar como fazê-los de forma mais rápida possível. Um exemplo disso é indicando, automaticamente, campos a serem preenchidos na abertura de um pedido, por exemplo. 

Entre os clientes da Agidesk estão:

  • Grendene
  • TKE
  • Todeschini
  • Sicredi
  • Unimed
  • Sport Club Internacional
  • Decathlon

A empresa não abre o faturamento, mas indica que o crescimento projetado para este ano é de 150% em relação a 2023. Ou seja, querem mais do que dobrar de tamanho.

No meio do caminho, claro, há desafios. Um deles é conseguir estruturar um crescimento sem perder a qualidade do produto. Hoje, o nível de avaliação positiva da startup (a famosa sigla NPS) é de 97%. A questão é como escalar o serviço sem tremer as bases de atendimento.

“O atendimento de qualidade foi o que solidificou a Agidesk”, diz Veridiana. “Tem muita empresa surgindo e fazendo entregas de baixa qualidade. Nós viemos do mundo corporativo, sabemos que implementar o processo é um ponto crítico e que merece atenção. Queremos manter isso”. 

Como o aporte será usado

De acordo com Veridiana Cavalheiro, CEO da Agidesk, a startup planeja utilizar o investimento recebido para impulsionar seu crescimento nas áreas de vendas, marketing e tecnologia. 

“A gente também planeja investir significativamente no desenvolvimento do portfólio de produtos e na melhoria da experiência do usuário”, diz. “A meta é fortalecer a presença da marca no mercado nacional e estabelecer parcerias estratégicas que ampliem o alcance e a eficiência operacional. Com essas ações, almejamos não só consolidar a posição da Agidesk no Brasil mas também preparar o terreno para futuras expansões internacionais”.

Outro grande objetivo é aprimorar a produtividade dos clientes. Para isso, o foco é apostar ainda mais em inteligência artificial. Um dos sócios da Agidesk, Juliano Murlick (fundador do aplicativo Triider), inclusive, está sediado na Califórnia para estar mais próximo desse universo de tecnologia. 

“Essa inovação tecnológica visa otimizar a eficiência operacional, permitindo que os clientes da Agidesk realizem suas tarefas com maior precisão e velocidade”, diz. “Ao longo dos próximos meses, este enfoque em inteligência artificial será o pilar central do planejamento estratégico da companhia”.

Por que a Agidesk recebeu o aporte

Um dos motivos que levaram a Agidesk a receber esse aporte de R$ 4,5 milhões agora está apoiado no seu time de líderes. Segundo Orlando Cintra, fundador e CEO do grupo, a liderança bem estruturada e com empreendedores que já tinham referência em outros projetos, como foi o caso de Juliano com a Triider, influenciaram na escolha da startup. 

“Além disso, há algum tempo, estamos focando em vários segmentos e um deles é tecnologia. Empresas que estão olhando para inteligência artificial”, diz Cintra. “A Agidesk, entre vários pontos que analisamos, trouxe essa questão de tecnologia muito forte, o que chamou nossa atenção”. 

Além do capital financeiro, a associação de investimento-anjo contribuirá com capital intelectual, essencial para a escalada do negócio. 

Para 2024, a BR Angels estará de olho, também, em startups como:

  • Startups de games 
  • ESG e sustentabilidade
  • Fintech
  • Healthtech
  • Startups de energia 
  • Startups de economia real
Acompanhe tudo sobre:StartupsInvestidor-anjo

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