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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, reforçou hoje que mantém o fim do primeiro semestre deste ano como prazo para a capitalização da empresa, mas demonstrou preocupação com o ritmo das discussões no Congresso. "O tempo está passando, já estamos no dia 12 de abril, que é diferente de 12 de março, que é diferente de 12 de fevereiro", afirmou o executivo. Ele disse, porém, que a estatal não pretende apresentar nenhuma alternativa à capitalização com cessão onerosa até o fim do prazo estipulado.
Recentemente, o gerente de Relações com Investidores da Petrobras, Alexandre Quintão, chegou a dizer que uma das opções seria o lançamento de ações preferenciais. "Nesse momento, trabalhamos com a hipótese da capitalização com cessão onerosa. Se não houver cessão onerosa, vamos ver como fazer a capitalização, o que é indispensável", explicou Gabrielli.
O executivo lembrou que, além dos "prazos políticos do Congresso existem os prazos geológicos do conhecimento dos reservatórios possíveis para a extração dos 5 bilhões de barris" que serão vendidos pelo governo à estatal. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) está hoje concluindo o primeiro poço para avaliação dessas reservas. O trabalho incluirá ainda a certificação dos recursos por empresas especializadas.
Fertilizantes
Gabrielli disse também que o foco da estatal no setor de fertilizantes é a produção de nitrogenados. A companhia incluiu no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 quatro novas plantas para ampliar a produção de ureia e amônia no País. Com relação às outras matérias-primas para fertilizantes (potássio e fosfato), Gabrielli afirmou que a empresa ainda está avaliando as jazidas de potássio que tem na Amazônia. No caso do fosfato, o trabalho é conduzido por mineradoras.
Indagado sobre uma possível associação com a Vale nesse segmento - conforme solicitado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva -, Gabrielli disse apenas que a mineradora já tem grandes investimentos em fosfato e potássio. "A concentração dos investimentos em nitrogenados faz sentido para a estatal, pois esses produtos têm o gás natural como matéria-prima." Gabrielli participa da Conferência Internacional de Segurança, Meio Ambiente e Saúde no Rio de Janeiro.