Gabrielli defendeu que os investimentos em refino vão garantir o retorno no futuro (Fernando Lemos/Veja Rio)
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2010 às 15h11.
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, admitiu hoje que os investimentos em novas refinarias possuem uma margem de retorno menor do que se fossem feitos na área de exploração e produção (E&P), porém destacou que se não realizados poderiam provocar um prejuízo futuro maior.
"Faço aqui uma defesa clara e explícita da construção de novas refinarias no Brasil. O investimento no refino pode ter margem menor de retorno do que em E&P, mas teríamos um custo muito maior no futuro, quando estivéssemos exportando nossa produção excedente de petróleo para China, para Índia, e tendo que importar de lá os produtos processados, como o querosene de aviação."
Segundo Gabrielli, apenas considerando custos logísticos significa adicionar um extra de US$ 8 a US$ 10 por barril no processo de importação de derivados versus a exportação de óleo cru. "Fazer refinarias não é apenas uma decisão para abastecer o mercado brasileiro", afirmou.
Em apresentação durante o encerramento do evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) para discutir o futuro do petróleo e do pré-sal no Brasil, Gabrielli destacou que o melhor retorno é o "de uma empresa integrada ao refino". "A relação integrada entre produção e refino aumenta a média de retorno da indústria no mundo", disse, completando que a Petrobras possui condição única, pois vende 90% de sua produção no mercado interno. "Não investir em refino significa abrir seu mercado para outros."