Repórter de Negócios
Publicado em 14 de março de 2025 às 10h57.
O crescimento do interesse por esportes femininos nos últimos anos abriu espaço para um novo mercado de investimentos mundialmente. Clubes, ligas e direitos de transmissão passaram a atrair grandes players financeiros, de investidores de capital de risco a executivos de tecnologia e entretenimento.
A Monarch Collective, fundo norte-americano criado para investir exclusivamente no setor, ampliou sua capacidade de investimento de 150 milhões para 250 milhões de dólares (de 860 milhões para 1,4 bilhão de reais, na cotação atual).
A maior parte do novo capital vem de investidores que já participavam do fundo, como Melinda French Gates (Pivotal Ventures), Sarah Harden (CEO da Hello Sunshine) e Cindy Holland, ex-executiva da Netflix.
Entre os novos nomes estão Beth Brooke, ex-vice-presidente global da EY, e Elizabeth Yee, vice-presidente executiva da Fundação Rockefeller.
A expansão acontece em meio ao aumento da audiência de esportes femininos e à entrada de novos patrocinadores.
“Seremos o maior fundo de esportes femininos. Muita gente está falando disso agora, mas estamos nessa há tempos”, afirmou Kara Nortman, cofundadora e sócia da Monarch.
Nos últimos anos, a Monarch investiu em três clubes da liga feminina de futebol dos EUA (NWSL): Angel City FC, BOS Nation e San Diego Wave. O Angel City, por exemplo, foi avaliado em 1,4 bilhão de reais (250 milhões de dólares) quando teve parte de suas ações vendidas ao CEO da Disney, Bob Iger, e à jornalista Willow Bay.
A Monarch não busca o controle dos times, mas atua diretamente na gestão, ajudando na contratação de executivos, estruturação dos times e na criação de experiências para os torcedores.
“Estamos no dia a dia, trabalhando junto com os donos em decisões estratégicas, desde a construção de centros de treinamento até a definição da experiência do torcedor”, disse Nortman.
O fundo aposta principalmente em esportes femininos com potencial para crescimento de receita com direitos de transmissão. Nos Estados Unidos, os direitos da WNBA, negociados dentro do contrato da NBA, podem ser renegociados após 2028. Hoje, o pacote vale 12 bilhões de reais (2,2 bilhões de dólares) por 11 temporadas.
Além dos investimentos nos Estados Unidos, a Monarch estuda expandir para ligas internacionais.
“Nosso foco está nas modalidades mais consolidadas, onde conseguimos prever um crescimento consistente das receitas de mídia”, afirmou Nortman.