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Fundadores do Google deixam o comando da empresa

Larry Page e Sergey Brin anunciaram a saída de seus postos de comando no grupo Alphabet. Atual CEO do Google, Sundar Pichai assumirá a holding

Larry Page e Sergey Brin: anúncio da saída dos dois foi feito em um comunicado oficial no blog da empresa nesta terça-feira (3) (Jacob Silberberg/Reuters)

Larry Page e Sergey Brin: anúncio da saída dos dois foi feito em um comunicado oficial no blog da empresa nesta terça-feira (3) (Jacob Silberberg/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 09h05.

Sundar Pichai, diretor executivo da Google, vai assumir também as rédeas da Alphabet, matriz da empresa de tecnologia americana, uma decisão que reflete a evolução do grupo, um gigante do setor que gera milhões de dólares e está no centro de várias polêmicas.

Com a mudança, anunciada na terça-feira (3), o executivo de 47 anos, nascido na Índia, substituirá Larry Page, que fundou a Google há 21 anos com Serguei Brin.

"Pensamos que chegou o momento de assumir o papel de pais orgulhosos, que dão conselhos e amor, ao invés de uma intensa vigilância diária!", escreveram os dois fundadores, que seguem sendo membros do conselho administrativo da Alphabet e acionistas.

Pichai dirigirá um gigante com mais de 100.000 funcionários no mundo, que está envolvida em muitas controvérsias relacionadas com sua posição dominante na Internet e nas tecnologias em geral.

Vários governos e órgãos reguladores acusam a Google de más práticas em termos de proteção da privacidade e gestão de dados pessoais.

A União Europeia critica a empresa, assim como outros gigantes da tecnologia, por evasão de impostos com a transferência dos lucros para países com políticas fiscais mais flexíveis.

Nos Estados Unidos, Google enfrenta várias investigações antitruste que buscam determinar se a empresa abusou de sua posição dominante em alguns mercados.

Mas Pichai deve enfrentar aquela que pode ser a batalha mais dolorosa para uma empresa que sempre divulgou um código de conduta que incluía a frase "Não seja mau": acusações de seus próprios funcionários e ex-funcionários.

As acusações incluem desde um afastamento dos ideais de fundação e não lidar corretamente com casos de abuso sexual no local de trabalho até os vínculos da empresa com governos, como Estados Unidos ou China.

Nascido em uma família humilde em Chennai, Índia, estudou Engenharia no Indian Institute of Technology (IIT) de Kharagpur antes de continuar sua formação e carreira nos Estados Unidos.

Ele prosseguiu os estudos na Universidade de Stanford e depois na Wharton School da Universidade da Pensilvânia.

"Sundar aporta humildade e grande paixão pela tecnologia a nossos usuários, a nossos sócios e nossos funcionários a cada dia (...) Não poderíamos encontrar ninguém melhor para levar Google e Alphabet para o futuro", declararam Page e Brin.

Nos últimos anos, a Alphabet se tornou uma das empresas mais valiosas do mundo.

A Alphabet foi fundada em 2015 para englobar todas as atividades não centrais do grupo, dos carros autônomos da Waymo à filial Sidewalk Labs, dedicada a projetar "cidades inteligentes", passando pela Calico, empresa especializada em biotecnologia.

Em 2018, a Alphabet registrou lucro de quase 30 bilhões de dólares, com um volume de negócios de 136,8 bilhões.

A ferramenta de busca do Google e a plataforma de vídeo do YouTube respondem pela maior parte do faturamento do grupo, com publicidade.

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