Negócios

Funcionários da Petrobras na Bacia de Campos mantêm greve

O fim da pior greve dos funcionários da Petrobras em 20 anos está encontrando resistência de diversos sindicatos


	Plataforma da Petrobras: Sindipetro Norte Fluminense. que representa funcionários da Bacia de Campos, afirmou que permanece em greve
 (Agência Petrobras)

Plataforma da Petrobras: Sindipetro Norte Fluminense. que representa funcionários da Bacia de Campos, afirmou que permanece em greve (Agência Petrobras)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2015 às 20h14.

Rio de Janeiro - O fim da pior greve dos funcionários da Petrobras em 20 anos, com expressivos impactos na produção, está encontrando resistência de diversos sindicatos, inclusive do responsável pela Bacia de Campos, apesar do indicativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) pela interrupção da paralisação.

O Sindipetro Norte Fluminense (Sindipetro NF), que representa funcionários da Bacia de Campos, afirmou nesta segunda-feira que permanece em greve para garantir o pagamento dos salários dos funcionários referente aos dias de paralisação e contra o plano de venda de ativos da petroleira.

Campos é responsável atualmente pela produção de mais de 60 por cento da produção brasileira de petróleo.

A greve está aumentando ainda mais a pressão operacional e financeira sobre a Petrobras, que está lutando para manter todas as fontes de receita enquanto busca se reerguer em meio aos baixos preços do petróleo e de uma crise do setor no país.

"A rejeição criou uma situação confusa", disse Fernanda Vizeu, assessora de imprensa Sindipetro NF. "Membros querem ser pagos por todos os dias em que estiveram em greve, e não pela metade, e querem uma discussão mais ampla sobre cortes orçamentários e vendas de ativos." O último impasse entre o Sindipetro NF e a FUP, em 2013, foi resolvido rapidamente, explicou a assessora.

Os 12 sindicatos filiados à FUP entraram em greve em 1º de novembro, em um esforço para reverter os planos da Petrobras de cortar investimentos e vender mais de 15 bilhões de ativos até o fim de 2016.

A Petrobras chegou a admitir perdas diárias com redução da produção de até 13 por cento em relação aos níveis pré-greve, tornando o movimento o pior desde 1995.

Na sexta-feira, FUP recomendou a aprovação da proposta da Petrobras de aumento salarial de 9,53 por cento, pagamento de 50 por cento dos salários pelos dias não trabalhados durante a greve e a promessa de um grupo de trabalho integrado por representantes do sindicato e da Petrobras para discutir cortes no orçamento e vendas de ativos.

Deyvid Bacelar, membro e representante sindical da FUP no Conselho de Administração da Petrobras, disse que a decisão do Sindipetro NF e de outros sindicatos poderia prejudicar os objetivos dos petroleiros.

"A ideia é suspender a greve para ganhar tempo para buscar apoio de membros do governo e de movimentos sociais. A gente não ia conseguir sozinho", afirmou Bacelar, que tem se mostrado fortemente contra a venda de ativos da empresa.

Segundo Bacelar, com base em informações publicadas pela própria petroleira, não está prevista a negociação de outros ativos além da Gaspetro e da BR Distribuidora para este ano.

Já a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que representa outros cinco sindicatos, por sua vez, está recomendando que seus associados mantenham a greve e critica a decisão da FUP de interromper o movimento.

"Desde que o PT chegou à presidência em 2002, com a FUP e CUT se tornando braços do governo no movimento sindical petroleiro, nunca houve em mais de 12 anos uma rebelião de base contra a federação. Isso está ocorrendo", afirmou em nota à Reuters o Sindipetro LP, filiado a FNP.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergiaEstatais brasileirasGrevesIndústria do petróleoPetrobrasPetróleo

Mais de Negócios

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios