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Funcionários da Petrobras decidem suspender greve

Plano era permanecer de braços cruzados até a próxima sexta, mas categoria se viu obrigada a repensar estratégia após bloqueio de contas pela Justiça

Petrobras: segundo federação de sindicatos, 26 mil trabalhadores foram envolvidos na mobilização (Germano Lüders/Exame)

Petrobras: segundo federação de sindicatos, 26 mil trabalhadores foram envolvidos na mobilização (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de novembro de 2019 às 09h37.

Última atualização em 27 de novembro de 2019 às 09h40.

São Paulo — Após dois dias de greve, empregados da Petrobras decidiram suspender a paralisação na manhã desta quarta-feira, 27. O plano era permanecer de braços cruzados até a próxima sexta-feira (29) mas a categoria se viu obrigada a repensar a estratégia diante da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de bloquear contas e suspender o repasse de mensalidades pagas pelos funcionários da estatal para sustentar a ação dos sindicatos.

A discussão pela permanência ou suspensão da paralisação entre a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e 11 sindicatos associados se estendeu por toda noite de terça-feira, 26. Na manhã desta quarta-feira, a federação, por meio da assessoria de imprensa, informou o fim da greve. O protesto foi contra medidas da gestão da empresa, que consideram descumprimento do acordo coletivo, como demissões em massa decorrentes do programa de demissão voluntária e privatização de subsidiárias, insegurança nas plataformas por conta da redução das equipes e também o alinhamento dos preços dos combustíveis ao mercado internacional e dólar.

"As decisões do TST reforçaram o potencial dos petroleiros, que se mobilizaram e garantiram o abastecimento dos combustíveis, que foram para as ruas em ações sociais. Nossa mobilização mostrou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, desconhece a legislação brasileira que dá direito de greve a todos os trabalhadores do País e desconhece a real situação da Petrobras, que vem sofrendo com corte de pessoal e com a venda de ativos", afirma, em nota, o coordenador da FUP, José Maria Rangel. Ele faz referência à afirmação do ministro, nos Estados Unidos, de que, se fossem de empresa privada da qual fosse presidente, os grevistas estariam demitidos.

Segundo a entidade sindical, 26 mil trabalhadores foram envolvidos na mobilização. Já a Petrobras, nesses dois dias de paralisação, não se manifestou sobre o tamanho da greve e seus efeitos na operação. Toda comunicação partiu exclusivamente pelo TST, em comunicados sobre penalidades definidas caso parcela dos empregados insistissem em se manter de braços cruzados.

Na tentativa de envolver o maior número de trabalhadores e mobilizar a sociedade para as suas causas, os petroleiros organizam, desde segunda-feira, 25, "ações solidárias", como de doações de sangue nas cidades do Rio de Janeiro, Recife, São Paulo e Curitiba. Na terça, foram distribuídas mil cestas básicas a demitidos da estatal. E, nesta quarta serão vendidos 200 botijões de gás a baixo custo no município de Campos dos Goytacazes, no Rio, uma das cidades mais marcadas pela atuação da estatal, por conta da Bacia de Campos.

No comunicado de suspensão da greve, a FUP classifica o movimento como positivo, apesar de ter ocorrido em apenas dois dos cinco dias programados. "Além de garantir a produção de petróleo e o abastecimento de combustíveis para a população - compromisso assumido e cumprido pelos trabalhadores do setor de petróleo -, o movimento conseguiu chamar a atenção da sociedade" diz a nota.

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