Sergio Rial, chief executive officer for Banco Santander Brasil SA, speaks during the Annual Santander Conference in Sao Paulo, Brazil, on Wednesday, Aug. 16, 2017. Michel Temer, Brazil's president, announced that he will travel to China at the end of the month to meet with the business community as interest in investing in Brazil grows. Photographer: Patricia Monteiro/Bloomberg (Patricia Monteiro - Bloomberg/Bloomberg)
Karin Salomão
Publicado em 26 de junho de 2020 às 12h09.
Última atualização em 26 de junho de 2020 às 18h43.
O presidente do Santander, Sergio Rial, diz que o banco está analisando como deverá implementar o home office daqui para a frente. Uma das medidas para quem opta pelo trabalho remoto pode ser a abdicação voluntária de benefícios ou de parte do salário, diz ele.
“Se tudo isso te poupa tempo, você deixa de gastar com combustível, tua vida fica mais fácil até sob o ponto de vista econômico, por que não dividir algumas coisas dessas com a empresa? Por que não pode ser um voluntário com a abdicação de algum benefício, de algum salário? Desde que seja voluntário”, afirmou o presidente do banco em entrevista ao estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, em vídeo.
Para Rial, as tecnologias desenvolvidas no mercado financeiro permitem que muitas tarefas podem ser realizadas de casa. Mas, para garantir que esse trabalho seja feito de forma eficiente, a discussão precisa ser mais técnica. "Estar ocupado não é estar em call às 7h da manhã, terminar às 20h da noite e estar esgotado, e pode ser que em alguns casos não tenha realizado nada que seja relevante para o cliente", diz ele.
Por meio de nota, o Santander diz que "esclarece que, embora o sistema de home office a ser adotado pela organização esteja em definição, a hipótese de reduções na remuneração dos funcionários está absolutamente fora de questão neste contexto”.
"Quer dizer que o trabalhador reduz seus custos para a empresa, tendo de pagar sua internet, energia elétrica e toda a estrutura para trabalhar em casa e ainda tem de abrir mão de parte de seu salário e benefícios?", diz Ivone Silva, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, em nota.
O banco foi alvo de outras críticas por sua gestão de funcionários. Há dez dias, manifestantes se reuniram em frente a agências do Santander para protestar contra “metas abusivas que aumentam a cada dia” impostas pelo banco.
Eles também protestavam contra as demissões, de acordo com o sindicato de bancários. De acordo com o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, 30 pessoas foram demitidas nas últimas semanas. O banco não confirmou as demissões.
O Santander afirma, ainda, que faz parte do abaixo-assinado Não Demita e que não faria nenhuma ação neste sentido até o final de maio. Nosso compromisso social segue inabalável.
"Anunciamos recentemente a busca de mais de 1.000 profissionais na área de tecnologia e iniciamos uma nova operação de atendimento no sul do Brasil que poderá gerar mais de 4.000 empregos ainda este ano. Em paralelo, como parte da gestão de qualquer negócio, a liderança do Banco iniciou um processo de reavaliação do nível de produtividade de suas equipes, que deve ser contínuo em uma empresa que busca manter o melhor nível de eficiência da indústria", disse em nota.
"O movimento é necessário para fazer frente a um entorno muito mais desafiador, além da necessidade de navegar com eficácia em um ambiente de arquitetura aberta, trabalho em rede e busca incessante de níveis de automação ainda mais contundentes. Este quadro de mudanças inclui, por exemplo, o trabalho remoto de equipes de forma mais permanente, já a partir do segundo semestre. A meritocracia é um dos grandes valores da instituição e é o filtro que pauta qualquer medida na esfera de gestão do nosso capital humano.”