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Franquias de Alimentação: como o segmento cresceu 18% e faturou R$ 51,9 bi em 2022

Busca por práticas ESG e dificuldade na contratação são destaques na pesquisa do setor

Divulgação da Pesquisa Setorial de Food Service na ABF Franchising Week (Keiny Andrade/Divulgação)

Divulgação da Pesquisa Setorial de Food Service na ABF Franchising Week (Keiny Andrade/Divulgação)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 26 de junho de 2023 às 16h49.

Última atualização em 26 de junho de 2023 às 18h52.

As franquias de Alimentação faturaram 51,9 bilhões de reais em 2022, 18% a mais do que no ano anterior, confirmando uma trajetória de recuperação do segmento. O número de unidades cresceu 9%, chegando a mais de 40 mil. A quantidade de redes no setor também teve uma variação positiva, chegando a 857 marcas e crescimento de 5%. No primeiro trimestre de 2023, o segmento cresceu 20%. 

Com a retomada gradual dos trabalhos presenciais, o dia a dia dos estabelecimentos que atuam no segmento de alimentação voltou à normalidade. Mas, fatores como a implantação de transformações digitais e a aceitação do delivery contribuíram de forma direta para que o mercado de Food Service registrasse bons resultados no período. Além disso, diferentes marcas buscam investir em práticas que visam a diminuição do impacto ambiental e a inclusão social em seus negócios.

Os motivos que impulsionaram a alta no último ano foram divulgados nesta segunda-feria, 26, na Pesquisa de Food Service 2023, uma parceria da Associação Brasileira de Franchising (ABF) com a Galunion, consultoria especializada em alimentação. A pesquisa foi tema de um painel do evento ABF Franchising Week 2023.

“Esta edição do levantamento mostra que as empresas estão cada vez mais engajadas em promover uma experiência de consumo diferenciada, levando em conta toda a jornada de compra dos consumidores. Nota-se que houve um aumento expressivo de restaurantes e locais que ofereçam o serviço rápido, tanto presencial, como delivery ou takeaway”,  diz Tom Moreira Leite, presidente da ABF.

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A amostra da pesquisa foi de 41 marcas de alimentação e 200 franqueados, representando 42% do faturamento e 8.690 pontos de venda. Confira a seguir os principais pontos da pesquisa:

Principais tendências no Food Service

  • 51% dos respondentes optaram por realizar parcerias de co-branding com marcas renomadas de fornecedores;
  • 44% buscam por tendências veganas ou vegetarianas
  • 39% investem em tendências de saúde e bem-estar, apostando em alimentos funcionais e para reforço de imunidade.

Ticket médio

Os dados mostram que há uma diferença em relação ao tíquete médio. O valor médio é de R$ 53,33. Há um aumento no valor quando os pedidos são feitos para serem entregues em casa, chegando a R$ 55,99 no delivery sem taxa e R$ 61,64 no delivery com taxa. O menor valor fica para as operações no salão, com tíquete médio de R$ 52,69.

ESG em alta

  • Redes estão adotando cada vez mais medidas para redução de desperdícios, e produtos e ingredientes sustentáveis, ambos representando 29%.
  • Pilares do ESG estão sendo mais adotados: 68% das empresas analisadas adotam práticas que atenuam os impactos ambientais resultantes de suas atividades.

"Para entender melhor o que tem sido feito, perguntamos quais seriam tais práticas. Dentre elas, 68% investem em controle de desperdício de alimentos, 61% escolhem embalagens ambientalmente responsáveis e 57% efetuam a coleta e destinação correta de óleo vegetal usado”, diz a fundadora e CEO da Galunion, Simone Galante.

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Gestão de franquias

O número de colaboradores teve um aumento de 3,7 % nas lojas em 2022 com relação ao ano anterior. Além disso, se levar em consideração a média de funcionários por loja, são:

  • 15,4 em bares
  • 14,6 em restaurantes com serviço completo
  • 9 em serviço rápido
  • 8 em locais que atuam com 100% delivery ou para levar
  • 7 no Food Service no varejo, que incluem lojas de conveniência, padarias, empórios e mercados

Para João Baptista, coordenador da Comissão de Alimentação da ABF, um quesito que merece atenção e se torna um dos desafios do setor está relacionado à retenção de funcionários que atuam na cadeia de Food Service. A taxa média de rotatividade dos funcionários foi de 23%.

“Se somarmos todos os percentuais da amostra, 90% das redes têm algum tipo de dificuldade na retenção de talentos. Para mitigar essa questão, 88% das empresas investem em premiações a partir de metas atingidas, 46% em desenvolvimento da gestão por meio de treinamentos internos e externos e 37% em uma mudança no formato de remuneração, com introdução de parte variável”, diz.

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Delivery

O delivery é utilizado por 93% das redes entrevistadas, sendo que 44% delas atuam com exclusividade em alguma plataforma de marketplace de terceiros.

O número de pedidos de delivery caiu 10% em 2022, mas obteve um crescimento de 14% em valor nas operações das marcas. Além disso, 23 minutos é o tempo médio de saída dos pedidos para entrega, levando em conta o processo de produção e espera do motoqueiro.

Como crescer em 2023?

Diferentes modelos são considerados pelas marcas para a expansão dos negócios, entre eles:

  • Loja de menu reduzido (49%)
  • Quiosques (41%)
  • Lojas em lugares não tradicionais, como festivais, foodhalls, dentro de comércios ou espaços culturais cujo foco não é alimentação (41%)
  • Pontos de venda avançados (32%)
  • Restaurantes virtuais (29%)
  • Lojas autônomas, com baixo contato e uso de tecnologia aparente (24%)

Os principais desafios de 2023

Os principais desafios apontados pelas franquias de Alimentação em 2023 são:

  • Manutenção de CMV (78%)
  • Situação econômica e política brasileira (67%)
  • Negociação com Shopping/Custos de operação em geral (74%)
  • Rentabilidade do modelo de negócio (64%)
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