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França pode registrar 1º déficit comercial de alimentos em quase 50 anos

Setor cita tarifas internacionais, preços globais de commodities e perda de competitividade como fatores que pesam no comércio francês

Publicado em 19 de novembro de 2025 às 05h53.

A França poderá encerrar 2025 com déficit anual no comércio de alimentos e produtos agrícolas pela primeira vez em quase cinco décadas. O cenário é atribuído às tarifas sobre exportações de vinho e ao aumento dos custos de importação de cacau e café, somados à perda de competitividade do setor. As informações são da Reuters.

Historicamente, o país tem registrado superávit devido à maior base agrícola da União Europeia. Porém, a concorrência dentro e fora do bloco reduziu a participação francesa no mercado internacional e ampliou a oposição de produtores rurais a acordos comerciais, como o tratado proposto entre a União Europeia e o Mercosul.

Saldo negativo

Após registrar em 2024 o menor superávit desde a década de 1980 — 4,9 bilhões de euros, afetado por uma safra fraca de grãos —, o comércio exterior francês de alimentos voltou a se deteriorar neste ano. Entre janeiro e setembro, o setor acumulou déficit de 351 milhões de euros, segundo dados alfandegários do Ministério da Agricultura.

Thierry Pouch, economista da associação francesa de câmaras agrícolas, afirmou à Reuters que a queda contínua do saldo comercial tem sido significativa e lembrou que o país mantém superávit no setor desde 1978. Ele defendeu que a França amplie sua competitividade e citou a Espanha como exemplo de estratégia mais eficiente no setor.

Uma colheita mais favorável em 2025 estimulou as exportações de cereais a partir do verão, mas o desempenho não foi suficiente para evitar saldo negativo na balança agroalimentar em setembro. Parte dos desafios é considerada temporária, como os altos preços de cacau e café importados e a desaceleração na venda de vinho e bebidas destiladas por causa de tarifas aplicadas por Estados Unidos e China.

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